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O ex-governador de São Paulo, José Serra, cotado como favorito para vencer as prévias do PSDB que vão definir o candidato do partido para a prefeitura da capital paulista neste domingo, afirmou que o partido sairá unido das eleições internas. A prévia é a primeira da história do PSDB em um grande colégio eleitoral. Além de Serra, disputam o voto da militância o deputado federal Ricardo Tripoli e o secretário estadual de Energia, José Aníbal. A votação foi encerrada às 15h. E a apruração dos votos vai acontecer, a partir das 16h, na Câmara Municipal.

"O objetivo de ganhar a prefeitura une todo mundo", disse Serra.

Ele votou por volta das 12h30 na sede do diretório tucano em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Acompanhado do ex-governador de São Paulo Alberto Goldman e do senador Aloysio Nunes, Serra disse que o processo de prévias é um avanço.

"É a forma mais democrática de escolher o candidato. Existem outras também, mas esta é a mais democrática", disse.

Serra demonstrou interesse em saber quantos tucanos já haviam votado no diretório e recebeu a informação de que cerca de um terço dos 200 eleitores inscritos já tinha feito seu voto.

FH e Alckimin votam em José Serra

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou seu voto a Serra. Ele ressaltou que o pré-candidato tem currículo para o cargo e bastante experiência. E lembrou que a sua opção de voto se deve às virtudes do tucano e à sua relação histórica com o ex-governador.

Fernando Henrique votou por volta do meio-dia no diretório municipal tucano em Perdizes, na capital paulista. Ele criticou a possibilidade de o governo federal entrar em peso na campanha do pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. O tucano lembrou que quando estava à frente do Palácio do Planalto não fez campanha política e declarou o seu voto em eleições municipais apenas em relação a São Paulo.

"Se entrar de cabeça, pode quebrar a cabeça. É melhor não entrar de cabeça, é melhor andar e conversar", afirmou Fernando Henrique Cardoso.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que também votou em Serra, disse que é importante que ele ganhe, independentemente da porcentagem de votos que obtiver nas urnas.

"A participação de Serra nas prévias é um ato de humildade. Mostra que não há caciquismo no partido", disse Alckmin, no colégio eleitoral do bairro do Morumbi, na capital paulista.

Para o governador, a prévia tucana não vai dividir o partido, servirá para legitimar quem vencer a disputa.

O pré-candidato do PSDB e deputado Federal, Ricardo Tripolli, afirmou que não acredita na possibilidade de um racha após o processo de prévias. Ele votou na zona eleitoral de Perdizes, na região oeste da capital paulista e disse que não tem a "menor sombra de dúvidas" de que o partido sairá unido da eleição interna e reafirmou a expectativa de vitória no processo eleitoral.

O tucano também defendeu a realização de prévias para a escolha do candidato do PSDB à eleição presidencial em 2014 e criticou o PT por não ter utilizado o dispositivo para a escolha do seu candidato em São Paulo.

"Ainda que José Serra tenha entrado fora do prazo, e nós concordamos que ele entrasse, há uma demonstração inequívoca que ele se curvou à decisão da base partidária. Ele poderia ter exigido o mesmo que ocorreu no outro partido, que faz oposição ao PSDB e que do dia para a noite resolveu extirpar os três pré-candidatos e indicar de uma maneira ditatorial o seu candidato."

O pré-candidato José Aníbal votou às 10h40 no diretório municipal tucano em Pinheiros, na zona oeste. Ele criticou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que fechou apoio a Serra, e chamou o partido dele, o PSD, de um aglomerado.

"O prefeito de São Paulo quando vai a Brasília, vai para fazer política, montar partido, que na realidade não é um partido, é um aglomerado. Tem que ir para Brasília para trazer recursos para São Paulo", afirmou Aníbal.

O pré-candidato do PSDB foi perguntado pelos jornalistas se aceitaria o apoio do PSD, caso fosse o nome escolhido pela sigla para a disputa municipal.

"Nós precisamos ver. O que eu não posso admitir é que alguém que é estranho ao PSDB queira definir quem será o candidato do PSDB. Pelo PSDB, fala o PSDB."

Aníbal afirmou que tem uma boa expectativa sobre a participação dos filiados tucanos na eleição interna e sobre a possibilidade de vitória. Ele defendeu, caso seja eleito, a descentralização da máquina pública e uma administração municipal que seja mais ativa e presente na vida dos paulistanos. Ele não arriscou projetar o porcentual que deve obter na disputa e negou que a entrada do ex-governador José Serra nas eleições municipais tenha criado um racha no PSDB.

Logo depois, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman também votou. O cacique tucano, um dos maiores aliados de José Serra, confirmou que fará parte da coordenação de campanha do pré-candidato do PSDB e brincou sobre a confidencialidade do seu voto.

"Nem pendurado em pau-de-arara eu digo o meu voto", disse o ex-governador, entre risos.

Como primeiro conselho a José Serra, Goldman sugeriu que o ex-governador de São Paulo conceda uma entrevista coletiva amanhã aos jornalistas caso seja o vencedor das prévias. O movimento era bastante tranquilo no diretório na manhã deste domingo e a expectativa é que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o deputado federal Ricardo Tripolli votem por volta do meio-dia.

A apuração dos votos começa a partir das 15 horas. Houve problema na votação por Ipad em duas das 58 zonas eleitorais em que ocorre a prévia do PSDB em São Paulo. Nesses locais, Lapa e Cidade Tiradentes, os filiados chegaram a votar por meio de cédulas, mas no começo da tarde novos aparelhos foram levados aos locais. Por causa disso, a expectativa é que ocorra um atraso na apuração de cerca de meia hora. O anúncio do vencedor estava previsto, inicialmente, para ocorrer às 16h. O Diretório Municipal do partido informou ainda que durante a manhã houve problemas operacionais na votação eletrônica em seis zonas, que puderam ser solucionados.

Segundo lideranças do PSDB, a vitória de Serra é fato consumado. A declaração de voto de Alckmin em Serra, há dez dias, tem sido apontada como o maior indicativo disso. Na reta final, a preocupação dos aliados de Serra era assegurar a ele uma vitória folgada, entre outros motivos, para evitar dar aos adversários o discurso de que a candidatura não é consenso nem no partido. Assim que o resultado for anunciado , um ato com Serra, Aníbal e Trípoli será feito para demonstrar unidade.

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