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Senso de oportunidade: diante da indecisão do governo federal, Serra assina a lei estadual que fixa meta de redução de emissões | Sérgio Andrade/Governo de São Paulo
Senso de oportunidade: diante da indecisão do governo federal, Serra assina a lei estadual que fixa meta de redução de emissões| Foto: Sérgio Andrade/Governo de São Paulo

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), principal pré-candidato da oposição à Presidência da República, aproveitou-se da indecisão do governo federal sobre assuntos ambientais para pôr a pré-candidata petista, a ministra Dilma Rousseff, contra a parede. Ontem, Serra sancionou a lei paulista que cria uma meta estadual específica e obrigatória de redução de emissões de gás carbônico.

O porcentual definido foi de diminuição de 20% nas emissões no estado até 2020, em relação a 2005 – o que significa emitir 24 bilhões de toneladas de gás carbônico a menos do que em 2005.

Questionado se julgava ambiciosa a possível meta federal de 40%, Serra respondeu: "Não, especialmente porque ela leva em conta a desaceleração da emissão, o que é muito diferente de uma redução absoluta". O governador tentou explicar que, embora o porcentual da meta paulista seja mais baixo que o da federal, a redução efetiva seria maior em São Paulo. "É muito importante que não se faça confusão, como tanta coisa que se confunde no nosso país."

O secretário paulista do Meio Ambiente, Xico Graziano, deu ênfase à comparação. "Nossos 20% vão muito além dos 40% que o Brasil pode decidir adotar", afirmou. "Falta coragem ao governo federal para agir com a mesma altivez do governo de São Paulo." Para Graziano, o governo Lula está sendo "conservador" em relação à fixação da meta ambiental. "A política hoje se divide entre aqueles que topam a agenda ambiental e aqueles que a temem, os progressistas e os conservadores." As declarações tanto de Serra quanto de Graziano foram dadas antes da divulgação da informação de que a meta do governo federal não será obrigatória.

Vantagem ao tucano

A definição de uma meta clara e obrigatória pelo governador paulista pode se transformar em uma vantagem para ele durante a campanha presidencial de 2010 em relação à ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência.

Imagem verde

Dilma deverá chefiar a delegação brasileira que irá a Cope­­nhague (Dinamarca) para participar da conferência da ONU sobre mudanças climáticas, em dezembro. O objetivo do governo em colocá-la na chefia da missão é tentar criar uma imagem de que Dilma se preocupa com o meio ambiente – pois ela sempre foi vista como uma "desenvolvimentista", para quem o crescimento do país importa mais do que a conservação da natureza.Um possível fracasso da reunião da ONU, porém, pode causar efeito contrário ao desejado para Dilma. Se o Brasil for acusado de bloquear avanços nas negociações internacionais para reduzir a emissão de gases provocadores do efeito estufa, a ministra poderia ficar com imagem de inimiga do meio ambiente.

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Interatividade: É melhor reduzir obrigatoriamente 20% das emissões de gases do efeito estufa ou buscar uma diminuição de 40% sem compromisso?

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