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Atualizado em 03/03/06, às 01h15

O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios, afirmou nesta quinta-feira que existem divergências entre a versão apresentada pelo publicitário Duda Mendonça à CPI e as informações que constam nos extratos bancários da offshore Dusseldorf, remetidos ao Brasil pelas autoridades americanas. Duda disse à CPI que recebeu do empresário Marcos Valério US$ 10,5 milhões, mas a CPI encontrou cerca de US$ 300 mil a mais.

- Existem discrepâncias em relação ao que ele falou na CPI - disse Serraglio.

O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) foi mais contundente:

- O Duda mentiu - disse o tucano.

Além da diferença de US$ 300 mil, os integrantes da CPI dos Correios vêem outra diferença entre o depoimento e os documentos recebidos da Promotoria de Nova York. O publicitário disse na CPI que abriu a Dusseldorf a pedido de Valério em março de 2003. Valério teria sugerido fazer o pagamento no exterior em virtude de dificuldades operacionais e financeiras na movimentação do caixa dois do PT. Os documentos indicam, no entanto, que a conta teria sido aberta em fevereiro, antes do acerto entre os dois.

A PF já indiciou Duda por evasão de divisas e lavagem de dinheiro porque o publicitário fez remessas para a Dusseldorf sem registrar no Banco Central e sem declarar os valores à Receita Federal. O publicitário deverá prestar um novo depoimento no dia 15 ou 16.

- Acho que são necessários novos esclarecimentos - afirmou o deputado Maurício Rands (PT-PE).

O acesso da CPI aos extratos da Dusseldorf foi autorizado pela Justiça americana no último dia 23 a pedido dos promotores de Nova York Robert Morgenthau e Adam Kauffman. As autoridades americanas liberaram os documentos com a condição de que o conteúdo dos papéis fosse mantido em sigilo até a conclusão do relatório final da CPI.

Os parlamentares da CPI têm à sua disposição oito caixas de documentos com 15 mil transações financeiras. De acordo com Eduardo Paes, só há informações relativas à conta Dusseldorf, que foi citada no depoimento do publicitário. Mas o parlamentar adiantou que vieram junto com a documentação outras contas, que eles não sabem de quem são, mas que não poderão divulgar devido ao sigilo bancário.

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