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Araucária, na região metropolitana de Curitiba, um dos municípios com a maior arrecadação do Paraná – cerca de R$ 400 milhões por ano –, foi alvo de denúncias de que a prefeitura e a Câmara Municipal empregam funcionários "fantasmas", ou seja, que têm salário mas não trabalham. As denúncias foram levadas ao ar no domingo e ontem pela RPC TV.

Segundo as informações, na prefeitura há servidores contratados em cargos em comissão que, mensalmente, recebem o salário mas que não trabalham efetivamente na prefeitura. Segundo a denúncia, a maioria dos "fantasmas" recebe cerca de R$ 3,6 mil por mês.

Uma chefe de departamento da prefeitura, Michele Cristine dos Santos Silva, por exemplo, nunca foi à sede do Poder Executivo. "Trabalho aqui desde que me conheço por gente", disse Michele, referindo-se à loja da qual é dona e onde dá expediente. Outro funcionário comissionado que não cumpre expediente na prefeitura é Alcir Nogueira. Ele trabalha em uma loja de carros na cidade. "Trabalho na rua, com a população, em festas, com churrasco, vou às pistas de bocha", afirmou, admitindo que faz uma espécie de atuação como cabo eleitoral.

O dentista Roberto Sakiyama também tem salário da prefeitura e, mesmo assim, trabalha em um consultório particular durante todo o dia. "Fico aqui até a noite", disse.

O prefeito Olizandro José Ferreira (PMDB) foi procurado para comentar as denúncias. Mas não se pronunciou. Segundo o secretário municipal de Governo, Marco Aurélio Matos, a administração da cidade vai investigar as denúncias e, caso haja a comprovação de irregularidades, todas as medidas cabíveis para punição serão tomadas.

As informações de que haveria funcionários fantasmas no poder público de Araucária não se limitaram à prefeitura. A Câmara Municipal também foi alvo das denúncias reveladas pela RPC TV. Foram denunciados como servidores "fantasmas" Maria Ângela Caldas Xavier, que, segundo um parente estaria na França, e João Padilha, que se disse um assessor parlamentar do Legislativo municipal.

O presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Esmael Padilha, disse que, se ele tiver conhecimento comprovado de casos de funcionários "fantasmas", vai exonerá-los.

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