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Presidente do Senado (à direita) anunciou sua decisão após encontro com o presidente do TCU (à esquerda) | Antonio Cruz/ABr
Presidente do Senado (à direita) anunciou sua decisão após encontro com o presidente do TCU (à esquerda)| Foto: Antonio Cruz/ABr

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TCU prepara auditoria sobre servidores públicos da União

Um dia depois de determinar que o Senado corte os supersalários pagos acima do teto constitucional, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, disse que o tribunal está trabalhando em uma série de auditorias que atendem à pauta das ruas. Nardes adiantou que o TCU vai apertar o cerco aos servidores públicos da União. Segundo ele, ainda neste ano, será concluída e apresentada uma auditoria na área de pessoal. "Temos 11 milhões de funcionários públicos em todo o Brasil e, pela primeira vez, estamos fazendo uma auditoria para saber se existem metas, se [os servidores] estão cumprindo horários. O Tribunal de Contas quer uma resposta para a sociedade, que pede mais eficácia no serviço público." As informações são da Agência Brasil.

R$ 28 mil é o teto salarial do funcionalismo público.

Em cumprimento a uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avisou ontem que sairá dos bolsos dos servidores da casa a devolução dos salários e outros rendimentos pagos indevidamente nos últimos cinco anos. Segundo ele, o Senado não vai bancar a conta.

Cálculos preliminares do TCU mostram que, apenas com o que foi pago acima do teto do funcionalismo público, 464 servidores do Senado terão que ressarcir cerca de R$ 300 milhões aos cofres públicos. O Sindilegis, sindicato que representa a categoria, já anunciou que vai recorrer à Justiça.

"O Senado pediu essa auditoria exatamente para que não houvesse dúvida do que é mesmo o teto constitucional. De pronto vamos implementar a decisão e vamos cobrar aquilo que foi pago a mais aos servidores", disse Renan, após encontro no Senado com o presidente do TCU, ministro Augusto Nardes. Indagado sobre questionamentos e recursos que poderão ser apresentados pelo Sindilegis, Renan respondeu que "isso é problema do sindicato". "Não é problema da direção do Senado. À direção do Senado cabe cumprir a Constituição", completou.

Descontos

Os servidores, segundo o senador, terão descontos nos salários para pagar o ressarcimento de acordo com o previsto pela Lei 8.112, que regulamenta o serviço público federal. Pela lei, as parcelas mensais não podem ser inferiores a 10%. Na prática, de acordo com Renan, os servidores que recebiam supersalários vão descontar 10% dos salários por mês até completarem o valor devido ao erário. Também terão os vencimentos reduzidos, a partir de outubro, para cumprirem o teto de R$ 28 mil.

Segundo o presidente, a partir dos contracheques de outubro, não haverá mais salários no Senado acima do teto. Ele afirmou ainda que também vai cumprir a decisão que amplia para oito horas a jornada diária dos servidores do Senado – que atualmente é de sete horas. "A gente havia ampliado em uma hora, de seis para sete horas, agora o tribunal decide ampliar em mais uma hora. Vamos cumprir."

O presidente do TCU, Augusto Nardes, afirmou que a distorção salarial no Senado é "injusta" porque há baixos salários em todo o país. "Dentro do setor privado isso não é questionável pela produtividade, pela capacidade de competir pode se pagar um salário (alto). Mas quem está pagando é o privado." Nardes disse que a economia anual com o cumprimento do teto pelo Senado e a Câmara será de R$ 700 milhões.

Nova direção

Uma semana após demitir a diretora-geral do Senado por desentendimentos sobre sua gestão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou ontem que Antônio Helder Medeiros Rebouças assumirá a Diretoria-geral. Uma das suas principais missões será cumprir a determinação de cortar os supersalários da Casa.

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