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Entenda a hipertensão |
Entenda a hipertensão| Foto:

Doentes na política

Ao longo do período Republicano, que teve início em 1889, cinco presidentes brasileiros tiveram problemas graves de saúde:

- Rodrigues Alves – Foi presidente entre 1902 e 1906 e eleito para novo mandato em 1918. Mas não chegou a assumir. Contraiu gripe espanhola e morreu, aos 71 anos.

- Afonso Pena– Ocupou a Presidência entre 1906 e 1909. Faleceu antes de terminar o mandato, de pneumonia, aos 62 anos.

- Café Filho – Assumiu em agosto de 1954, após o suicídio de Getúlio Vargas. No ano seguinte, deixou o cargo por problemas de saúde. Faleceu em 1970, aos 71 anos.

- Marechal Costa e Silva – Governou o país entre 1967 e 1969. Afastou-se do cargo em agosto de 69, por causa de uma trombose cerebral e faleceu quatro meses depois, com 70 anos.

- General João Baptista Figueiredo – Último presidente do regime militar (1979-1985), afastou-se várias vezes do cargo por problemas de saúde. Em 1983, passou semanas nos Estados Unidos para uma cirurgia cardíaca. Morreu em 1999, com 81 anos.

- Tancredo Neves – Adoeceu na véspera da posse, marcada para 15 de fevereiro de 1985. Morreu dois meses depois, com 75 anos.

- Nos últimos anos, integrantes do primeiro escalão do Planalto reagiram bem às doenças que os acometeram:

- José Alencar – O vice-presidente da República tem demonstrado muita determinação para combater o câncer. Desde 1997, ele fez uma dezena de cirurgias para retirada de tumores. A saúde dele tem melhorado gradativamente, a ponto de planejar concorrer ao Senado por Minas Gerais neste ano.

- Dilma Rousseff – Em abril do ano passado, foi diagnosticada com câncer linfático, que ainda estava em estágio inicial. No fim de setembro, após algumas sessões de quimioterapia, ela foi considerada curada.

Fonte: Redação

  • Na quarta-feira, em Recife , Lula já demonstrava cansaço e uma irritação na garganta
  • Ontem deixou, abatido, o Real Hospital Português, na capital pernambucana

São Paulo e Brasília - A crise de hipertensão pela qual passou Luiz Inácio Lula da Silva, na noite de quarta-feira e madrugada de ontem, acendeu o sinal amarelo sobre a saúde do presidente. Submetido a uma extensa agenda de compromissos oficiais de inaugurações de obras neste período pré-eleitoral, Lula terá de ficar sem trabalhar pelo menos até o domingo. Também vai se submeter a uma bateria completa de exames nos próximos dias.

O presidente vinha adiando a realização do check-up regular a que costumava se submeter. No ano passado, não realizou os exames que teria de fazer. "(Lula) vai fazer um check-up nem que seja amarrado pela orelha", disse brincando o cardiologista Ro­­berto Kalil, médico particular do presidente. Kalil ressaltou, porém, que o presidente passa bem após a crise hipertensiva.

O médico da Presidência, Cleber Ferreira, afirmou que o quadro pode ter sido provocado pelo estresse e cansaço. Essa é a primeira vez, durante o período que o médico atende o presidente, que Lula tem uma alteração na pressão arterial.

"O presidente não é hipertenso, este é um quadro esporádico", disse Ferreira. A pressão arterial normal de Lula é de 11 x 8. Mas che­­gou a 18 x 12 durante a sua estada no Recife (PE), onde o presidente foi hospitalizado e medicado antes de viajar para São Bernardo do Campo (SP), cidade em que mora e na qual irá descansar.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que é médico, sugeriu que Lula tire férias mais longas, de 30 dias, para descansar. O presidente, no fim do ano passado e no início deste tirou 10 dias de descanso. "Acho que foi trabalho demais. O homem trabalha muito", disse Temporão. "Seria importante para o presidente da República tirar férias de 30 dias. Mas ele é um trabalhador compulsivo. Para ele é muito difícil."

O cardiologista Adib Jatene concorda: "O maior problema é que ele (Lula) tem uma vida estressante e um ritmo de atividade excessivo. Isso favorece problemas cardíacos". Porém, Jatene, que já acompanhou exames de saúde do presidente no passado, disse que o episódio não é grave. "Uma crise hipertensiva é coisa normal. O presidente anda numa atividade muito intensa. Ele viaja, volta, sempre sob muita tensão. Tudo isso pode ter influência. Mas o estado de saúde dele é bom."

Lula já vinha demonstrando sinais de cansaço há alguns dias. Na solenidade da lançamento do programa de complemento salarial para policiais que atuarem na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016, na terça-feira em Brasília, o governador do Rio, Sérgio Cabral, percebeu a indisposição de Lula e insistiu na tentativa de fazer o presidente deixar de fumar (ele costuma fumar uma cigarrilha quando encontra uma brecha, longe do público). Lula disse a Cabral que não se sentia mal, mas apenas cansado.

Na quinta-feira, durante a inauguração de uma unidade de pronto-atendimento, em Paulista (região metropolitana de Recife), ele reclamou de dor na garganta e brincou que não queria ser o primeiro paciente do local.

Apesar das recomendações médicas que descanse mais e reduza o ritmo de trabalho, é improvável que Lula tire férias num período em que pretende inaugurar o máximo de obras possível ao lado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência. Dilma terá de deixar o ministério no início de abril para poder participar das eleições. Portanto, o tempo para que ela aproveite a popularidade de Lula e o palanque presidencial nas inaugurações é curto.

Ciente disso, Dilma ontem reconheceu a agenda pesada que tem tido junto com Lula. "É bom que o presidente descanse porque a nossa agenda está muito pesada", disse a ministra. Mas ela deu a entender que o presidente não vai reduzir abruptamente o ritmo de trabalho. Dilma sugeriu apenas que Lula intercale semanas de trabalho mais pesadas com outras mais leves. A ministra estava com o presidente no Recife para os eventos oficiais que Lula teve na cidade.

Sem Davos

A crise hipertensiva de Lula ocorreu quando ele já estava no avião que o levaria para o Fórum Econô­­mico Mundial, em Davos, na Suíça. No Fórum, o presidente receberia ontem o inédito prêmio de Estadista Global. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, é quem representou Lula no evento.

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