Segundo maior colégio eleitoral do país entre os municípios (4,7 milhões de votos), o Rio terá amanhã de manhã megaatos de campanha dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), sob temor de confronto entre militantes. Na internet, há conclamações de militantes petistas para a promoção de "chuva de bolinhas de papel no ato do candidato tucano na orla de Copacabana e apelos de militantes tucanos para que sigam em direção à carreata petista na zona oeste para "obrigarem Lula e Dilma a pedir desculpas. Na quarta-feira, na zona oeste do Rio, confronto entre militantes petistas e tucanos terminou com agressão e ameaças a Serra. As duas campanhas usaram o conflito na tevê. Serra responsabiliza petistas por terem jogado nele um rolo de fita adesiva; o PT afirma que o tucano foi atingido apenas por bolinhas de papel. Os candidatos partem de pontos distantes 45 km um do outro, com apelos de lideranças partidárias para que petistas e tucanos evitem confrontos e provocações.
Em alta - Dilma Rousseff
A candidata petista conseguiu estancar a queda nas pesquisas de intenção de votos. Nesta semana, Ibope e Datafolha indicaram que Dilma tem 12 pontos porcentuais a mais dos votos válidos (descontando os brancos e os nulos) que Serra.
Em baixa - Violência na política
Os atos de violência na campanha presidencial mancharam a disputa do segundo turno. No Rio, Serra foi alvo de todo tipo de objetos, saíndo com uma contusão na cabeça. Em Curitiba, Dilma foi alvo de bexigas cheias de água. Nenhuma acertou a petista, mas passaram perto.
Ficha Limpa
O presidente do STF, Cezar Peluso, afirmou ontem que existe a possibilidade de os ministros mudarem de entendimento sobre a Lei da Ficha Limpa e a corte sair do impasse criado sobre a aplicação da norma este ano. Indagado sobre a chance do julgamento continuar empatado, Peluso disse que pode ser que o tribunal encontre uma solução diferente das que foram propostas até agora.
Com os próprios votos
Uma pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra que só 35 dos 513 deputados federais eleitos no dia 3 de outubro conseguiram a vaga com os próprios votos. Os demais foram beneficiados pelo quociente eleitoral, herdando votos de colegas de legenda ou coligação. No Paraná, apenas Ratinho Junior (PSC), de acordo com o resultado preliminar das eleições, conseguiu votos suficientes para não depender de alianças. Considerando os partidos, PT e PMDB elegeram sete cada; PSB, cinco; PR, quatro; PSDB, DEM e PP, dois; e PTB, PPS, PDT, PSC, PSol e PCdoB, um. Em 2006, 32 foram eleitos ou reeleitos com os seus próprios votos.
Via 13
A oito dias das eleições, o PT decidiu criar uma "rota 13" entre o Palácio da Alvorada e o Palácio do Planalto, respectivamente residência oficial do presidente Lula e o seu local de trabalho. A pista de quase dois quilômetros entre os dois pontos foi ocupada por placas vermelhas com os dizeres: "Vote 13" e "Vote Dilma", pedindo voto para a presidenciável Dilma Rousseff. A via é muito usada por ônibus de turistas que visitam a capital. O Alvorada e o Planalto são pontos turísticos de Brasília.
Transição
O governador Orlando Pessutti nomeou os secretários Allan Jones (Planejamento), Ney Caldas (Casa Civil), Maria Marta Lunardon (Administração) e Cícero Gonçalves Oliveira (Controle Interno), além do técnico da Secretaria da Fazenda César Ribeiro Ferreira para compor a equipe de transição no governo do Paraná, que começará a trabalhar no dia 3 de novembro. Eles se reunirão com outros cinco indicados pelo governador eleito, Beto Richa (PSDB).
Pinga-fogo
"Vejo com muita tristeza a opção feita pelo presidente Lula, que abandonou seu papel institucional para virar um cabo eleitoral. Com essa postura vejo que o presidente sai menor do que entrou nesta eleição."
Aécio Neves, senador eleito (PSDB-MG), criticando o comportamento de Lula sobre o incidente envolvendo Serra no Rio, na quarta-feira.
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