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Animado com as palavras de ordem do ministro Jaques Wagner, segundo quem o governo não irá se "imolar por coisas não comprovadas", o PT trabalha num substitutivo ao relatório de Osmar Serraglio na CPI dos Correios, peça de resistência da cassação dos mensaleiros.

Exército mercenário – A maior dificuldade está em encontrar, no PT, quem assine a peça, já apelidada na Câmara de "tratado geral da pizza". Ganha força a idéia de oferecer a missão a algum integrante de partido aliado, devidamente recompensado com verbas federais.

Atendimento universal – Os petistas no corredor da cassação não querem nem saber: esperam de Ciro Gomes (PSB) o mesmo empenho demonstrado pelo ministro para livrar a cara do irmão de José Genoíno, sacador do valerioduto e chefe do "homem-cueca", na Assembléia Legislativa do Ceará.

Questão regional – Acossado pelos petistas, Osmar Serraglio sofre pressão também de José Borba, que renunciou para escapar da cassação. Entre os novos nomes de receptores do valerioduto está o de um ex-funcionário de Borba, peemedebista do Paraná assim como o relator da CPI.

Divisão de tarefas – Correndo contra o relógio na tentativa de encerrar seus trabalhos em fevereiro, a CPI deve desistir de colher depoimentos e promover acareações já realizados pela Polícia Federal. A idéia é buscar um entendimento para compartilhar as informações.

Quase famoso – Relator-geral do Orçamento, Carlito Merss (PT-SC) foi presenteado por funcionários de seu gabinete com uma camisa do ídolo corintiano Carlitos Tevez. Para agradar o deputado, o ‘s’ do argentino foi suprimido do nome grafado na peça.Simples assim – Presidente nacional do PMDB, o deputado Michel Temer explica em português claro sua decisão de renunciar aos vencimentos da convocação extraordinária: "Se não vamos trabalhar, não há por que receber".

2006 no horizonte – O número de parlamentares que já abriram mão dos salários é mais um termômetro da pressão sobre a Câmara por conta da crise. Em 99, apenas o deputado Dr. Rosinha (PT-PR) recusou a verba da convocação extraordinária. Neste ano, pelo menos 28 deles disseram não à bolada.

Vagas de fim de ano – Para disfarçar a realidade do Congresso às moscas apesar das despesas geradas pela convocação extraordinária, há parlamentar recorrendo ao expediente de contratar um funcionário temporário exclusivamente para atender o telefone.

Primeira classe – Durante recente visita à Fiesp, o ex-presidente da federação Horácio Lafer Piva fez menção de entrar num elevador quando lhe informaram que o mesmo era de uso exclusivo do atual ocupante do cargo, Paulo Skaf.

No banco – O porta-voz da Presidência, André Singer, está com um pé imobilizado em razão de acidente sofrido durante viagem a Pernambuco. Tem dado expediente no Palácio do Planalto, onde já recorreu a uma cadeira de rodas para contornar a dificuldade de locomoção.

De carona – O PT paulista vai recorrer a um pedido de investigação já protocolado na Assembléia para tentar apurar a suspeita de favorecimento a deputados pró-Alckmin via publicidade da Nossa Caixa. A estratégia é incluir o caso na CPI dos Contratos Irregulares, parada na Casa.

TIROTEIO

* Do cientista político Rubens Figueiredo, do Cepac (Centro de Pesquisa, Análise e Comunicação), sobre a improdutividade recorde da Câmara dos Deputados em 2005:

– No quadro de decadência institucional, a Câmara ocupa um lugar na comissão de frente. Gasta muito, vota pouco e sua única preocupação parece ser a de preservar os corruptos.

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