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Fortaleza (Folhapress) – O sistema de segurança interno usado para proteger o cofre-forte do Banco Central de Fortaleza, que guardava R$ 150 milhões, não gravava as imagens de dentro do local, apenas as exibia a um vigia que – ninguém explica até agora por que – não acionou o alarme. Peritos da Polícia Federal e do próprio Banco Central investigam o motivo de o sistema de segurança não ter sido acionado durante o maior assalto a banco no país, no último fim de semana. Para especialistas, porém, o fato de o BC não ter um sistema de segurança que grava as imagens de dentro de seu cofre é "chocante".

Segundo o delegado da PF responsável pelo caso, Luiz Wagner Mota Sales, o circuito de câmeras interno estava ligado, mas não gravava nada, apenas filmava. O monitoramento das imagens do BC deveria ser feito por um vigia, "mas o sistema não funcionou a contento", segundo o delegado. Sales disse que a vigilância era feita por uma empresa terceirizada. O Banco Central não confirma nem desmente a informação, apenas afirmou que não vai se pronunciar agora.

O assalto à sede do Banco Central em Fortaleza é o maior já realizado no país. Pelo que a PF divulgou, de seis a dez homens participaram da ação. Eles alugaram uma casa próxima ao banco, há três meses, montaram uma empresa de grama sintética no local, de fachada, e começaram a escavar um túnel de 80 metros, por baixo de casas e de uma avenida.

O túnel chegou justamente na caixa-forte do banco, que fica no térreo. Foram levadas 3 milhões de notas de R$ 50 – o que chega a 3.500 quilos. As cédulas eram antigas e não havia nenhum controle do banco sobre sua numeração, o que dificulta o rastreamento.

O BC iniciou ontem uma sindicância para apurar o crime. Três diretores da instituição e o procurador-geral, todos de Brasília, são os responsáveis pela apuração, que tem 30 dias para ser concluída. Ontem, peritos do banco, de Fortaleza, passaram o dia entre a casa de onde saiu o túnel para a retirada do dinheiro e o buraco feito no piso do caixa-forte.

Segundo o delegado Sales, não há fios cortados que justifiquem uma falha no sistema de alarmes. De acordo com ele, o monitoramento por câmeras abrangia toda a área. "Tudo estava ligado."

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