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Conheça melhor o grupo que assumiu a autoria dos ataques aos sites do governo |
Conheça melhor o grupo que assumiu a autoria dos ataques aos sites do governo| Foto:

Municípios

Grupo de hackers diz ter derrubado páginas de 500 prefeituras

No dia em que hackers ligados à organização LulzSecBrazil divulgaram supostos dados da presidente Dilma Rousseff e do prefeito Gilberto Kassab, outro grupo reivindicou a autoria de um ataque a centenas de sites de prefeituras do interior do país. Trata-se do Fatal Error Crew, organização brasileira que já assumiu a autoria de ações que resultaram até na derrubada da página do Palácio do Planalto na internet, no dia seguinte à posse de Dilma.

A ação de ontem teve como alvo pouco mais de 500 sites, a maioria de prefeituras (inclusive do Paraná), mas também de entidades como a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). A reportagem constatou que diversas páginas das prefeituras listadas pelo grupo – mas não todas – ficaram fora do ar durante a maior parte do dia. Por mensagens no Twitter publicadas durante a tarde, os hackers se vangloriavam de ter derrubado sites de "ladrões". No último sábado, o Fatal Error Crew já havia chamado a atenção ao capturar dados sigilosos de cerca de mil integrantes do Exército. Entre as informações publicadas estavam nomes, funções e números de CPF dos militares.

No Twitter, o grupo também publicou links para dados de cerca de 650 pessoas supostamente cadastradas no blog Casa da Chris, um site de uma jornalista que aborda temas diversos. Além do nome, foram listados e-mails, atividades profissionais e o Código de Endereçamento Postal (CEP) dos usuários.

Agência Estado

Hackers anunciam "guerra" contra governos corruptos

Os ataques a sites do governo brasileiro estão ligados aos dois maiores grupos de hackers do mundo, o LulzSec e o Ano-nymous, que se uniram e têm como objetivo principal "ex­­por a corrupção e segredos obscuros". A mensagem está no site do grupo LulzSec, que convoca os hackers de todo o mundo para uma "declarada guerra aberta" contra todos os governos, bancos e grandes corporações mundiais. A guerra foi batizada por eles de "Operação Antissegurança". "Toda e qualquer pessoa é fortemente incentivada a se juntar a nossa frota através da luta contra censura e governos corruptos. Nos aguardem" [sic], convidam os ativistas em um dos inúmeros textos com erro de ortografia.

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Hackers voltaram ontem a fazer um pesado ataque virtual a sites governamentais do Brasil. Saíram do ar as páginas na internet da Presidência da República, do Mi­­nistério dos Esportes e do Senado – até a noite, apenas o site do ministério ainda não estava acessível. Ciberativistas também reivindicaram a derrubada dos portais de 500 de prefeituras do país. E até mesmo supostos dados pessoais de autoridades – como os da presidente Dilma Rousseff e os do prefeito de São Paulo, Gilberto Kas­­sab – foram colocados na internet para que qualquer um pudesse acessá-los.

Segundo fontes do governo, porém, o número de documentos pessoais da presidente Dilma Rousseff que estão circulando na internet não foram obtidos nos sites oficiais. Podem ser conseguidos em cartórios eleitorais, tribunais eleitorais e em vários documentos que podem ser baixados da internet, como prestação de contas eleitorais e outros relatórios. Já Kassab ameaçou processar os responsáveis pelo vazamento de dados: "Posso entrar na Justiça não por causa do sigilo, mas para que essas pessoas saibam que terão que responder perante os tribunais".

A onda de ataques virtuais começou anteontem, quando um grupo de hackers intitulado LulzSecBrazil elegeu o governo brasileiro como alvo e tirou do ar os sites da Presidência, da Receita Federal e do Portal Brasil.

O Serpro (Serviço de Proces­­samento de Dados), que hospeda os sites do governo federal, classificou o ataque on-line como o maior já enfrentado pelo governo brasileiro. Apesar disso, segundo o Serpro, não houve violação nem vazamento de informações.

Um dos grupos responsáveis pelos ataques convocou seus se­­guidores no Twitter a também atacar a Petrobras, para protestar contra o preço do combustível. O site da estatal ficou fora do ar na tarde de quarta-feira, mas a empresa atribuiu o evento à "instabilidade" na sua rede.

O grupo LulzSec Brazil também publicou em uma rede social outros dois arquivos relacionados a supostos e-mails e dados de funcionários da Petrobras e do Ministério do Esporte.

Já sobre o ataque ao Senado, o grupo informou que era um protesto contra o órgão que "quer aprovar o sigilo eterno dos arquivos do governo" – numa alusão ao projeto de lei de acesso a informações, cuja principal discussão no momento é o prazo para a divulgação de documentos ultrassecretos.

Segundo o Serpro, a onda de ataques de ontem e anteontem foi a terceiro sofrida pelo governo brasileiro na internet neste ano. Os anteriores visaram ao site da Presidência, no início de janeiro, e ao site do Exército, no sábado. Os anteriores foram assumidos por outro grupo de hackers, Fa­­tal­­­ErrorCrew – que ontem reinvindicou a derrubada de sites de prefeituras. O Exército começou a implantar neste ano o CDCiber (Centro de Defesa Cibernética) pa­­ra proteger as redes que interessem à segurança nacional.

Rede on-line

O grupo LulzSecBrazil atua como uma célula do LulzSec, grupo que na semana passada atacou o site da CIA, a agência de espionagem americana. Os ativistas do LulzSecBrazil atuaram junto a um grupo chamado AnonBrazil, associado ao Ano­­nymous – organização de ha­­ckers à qual é atribuído um ataque que há duas semanas derrubou o site do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Além da CIA e do FMI, também foram atingidos neste mês os sites do Departamento de Comércio dos EUA e de empresas como a Lockheed Martin, fornecedora de armamentos. O LulzSec, há dois meses, também invadiu a rede on-line do videogame PlayStation, da Sony, e promoveu o vazamento dos dados de milhões de usuários. O game, de alcance global, passou dias fora do ar.

O movimento de invasões dos hackers em todo o planeta foi intitulado Operação AntiSec, pela qual eles dizem agir "contra a censura" e com o objetivo de retaliar governos que tentam impor controles à internet.

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