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Depois de ouvir depoimento, em Maceió, do usineiro João Lyra - que confirmou a sociedade mantida com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), numa rádio e num jornal - o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), admitiu nesta quinta-feira que a situação do colega peemedebista é bastante delicada.

- Acho que fica uma situação bastante delicada para Renan. Ele (Lyra) falou com muita convicção, se preparou, levou o advogado e uma pasta com documentos. Apresentou notas promissórias e recibos assinados por Tito Uchôa, que seria o representante de Renan na sociedade. Pedi a um delegado da Polícia Federal para me ajudar a localizar o Tito Uchôa, mas parece que ele desapareceu. Ele é uma peça fundamental para se confirmar essa história - adiantou.

Além de continuar tentando localizar Tito Uchôa, Tuma deverá ouvir nesta sexta-feira o depoimento de uma outra testemunha, Luiz Carlos Barreto, um jornalista que administrava a rádio e o jornal na época da transação comercial supostamente feita por Lyra e Renan, para tentar confirmar a versão do empresário alagoano.

Entre os documentos apresentados por Lyra para tentar comprovar a sociedade com Renan, apenas um era assinado pelo presidente do Senado. Mesmo assim, se tratava de um ofício no qual Renan informava Lyra que já estava regularizada a situação de uma rádio - chamada Paraíso - adquirida pelo empresário de um pastor.

- Mas não considero que esse documento comprometa o senador Renan - admitiu Tuma.

Lyra, que estava acompanhado pelo advogado, em nenhum momento de seu depoimento se mostrou disposto a abrir seus sigilos bancários e fiscais para comprovar a sociedade com Renan. Segundo Tuma, o advogado do empresário disse que isso só seria feito mediante determinação judicial.

De qualquer forma, o corregedor adiantou que solicitará ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) uma pesquisa sobre a movimentação financeira de Lyra. Tuma confirmou sua disposição de investigar ainda se Tito Uchôa teria recursos para arcar com a compra da rádio e do jornal, caso ele negue a participação de Renan no negócio.

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