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Osmar: ainda falta acertar detalhes com Pessuti. | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Osmar: ainda falta acertar detalhes com Pessuti.| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Denúncia

Presidente do PSDB nega contratação de "fantasmas"

Folhapress

Brasília - O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), negou ontem que as oito pessoas de uma mesma família contradas para seu gabinete sejam "fantasmas". Ele afirmou que irá demiti-las se ficar configurado nepotismo neste caso. Segundo reportagem de ontem da Folha de S.Paulo, oito parentes de Caio Mário Mello Costa Oliveira, uma espécie de "faz-tudo" do senador, foram nomeados no escritório de apoio do senador em Recife, mas não dão expediente nem são conhecidos por quem trabalha lá. Cinco foram nomeados no mesmo dia, em 17 de setembro de 2009. Juntos, recebem cerca de R$ 20 mil mensais.

"Essa questão está sendo objeto de certa discussão jurídica. Tão logo haja clareza sobre isso, vamos tomar as medidas cabíveis. Se for ilegal, não tem problema nenhum, vão todos embora", afirmou.

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM), disse que se houver irregularidade cabe ao corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (PTB-SP), averiguar. Segundo Fortes, a responsabilidade pelo gabinete é do senador e ele tem que responder por isso.

Democrata

Já o senador Efraim Moraes (DEM-PB) se recusou a comentar ontem a investigação conduzida pela Polícia Legislativa do Senado sobre a contratação de funcionários "fantasmas’’ por seu gabinete pessoal. Ele disse que só falará sobre o caso na segunda-feira, após a conclusão do inquérito.

Brasília - Só uma improvável indicação do irmão Alvaro Dias (PSDB) como vice do tucano José Serra na disputa presidencial impedirá o senador Osmar Dias (PDT) de confirmar hoje a candidatura ao governo do estado. O impasse familiar foi o motivo, segundo o pedetista, para a demora nas negociações com PT e PMDB. O acordo deve reunir até mais oito legendas que apoiam o governo Lula.

Além disso, o candidato a vice deve ser indicado pelos peemedebistas, enquanto as vagas para o Senado ficarão com Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), rival de Osmar desde as eleições de 2006. Ainda não há consenso sobre uma coligação nas eleições proporcionais. Até o momento, os petistas não aceitam disputar as vagas para deputado estadual e federal em uma chapa com os peemedebistas.

Osmar disse ontem à noite que esperaria por uma resposta do PSDB quanto à situação de Alvaro até hoje pela manhã. "Falam que eu sou indeciso, mas na verdade o que ninguém diz é que eu tenho caráter. Estou aguentando essa situação no ‘osso do peito’ porque para mim a família vem em primeiro lugar e eu não posso impedir que um irmão chegue à Vice-Presidência da República."

O pedetista explicou que tem sido procurado há duas semanas pelos dirigentes nacionais tucanos com o argumento de que a escolha de Alvaro estaria muito próxima de ser concretizada. "Se eles não anunciarem, eu vou ter de seguir o meu caminho."

Osmar preferiu não antecipar o anúncio que deve fazer hoje, mas já programou uma entrevista coletiva para a tarde, em Curitiba.

Sobre a possibilidade de chamar os jornalistas para dizer que seria candidato ao Senado, brincou: "Se fosse para dizer que eu concorreria à reeleição eu mandava uma notinha e não convocaria uma coletiva". Além disso, a direção nacional do PDT já anunciou que não permitirá que ele faça uma coligação com o PSDB. Se concorrer ao Senado, ele terá de formar uma chapa independente – hipótese que ainda depende de um aval da Justiça Eleitoral.

A hipótese de que Alvaro seja vice de Serra cresceu nos últimos dias, mas está longe de ser unanimidade. O paranaense estaria em uma disputa interna com o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). O pernambucano perdeu força ontem com a divulgação de uma matéria em que é acusado de contratar funcionários fantasmas pelo Senado (leia ao lado). Por outro lado, cresceram os apelos para que o vice seja nordestino e mulher.

Os pré-requisitos foram reforçados pelo avanço de Dilma Rousseff (PT) na última pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem, em que ela aparece com 40% das intenções de voto contra 35% de Serra. "Para mim, não faz sentido. Se o eleitor prefere uma mulher vai votar na Dilma e não por causa de uma vice", disse Alvaro.

Outro adversário seria o DEM, principal parceiro dos tucanos. O presidente nacional do partido, Rodrigo Maia, reiterou ontem que não permitirá a indicação de um vice do PSDB que não seja Aécio Neves. "Essa é uma decisão tomada há meses, não vejo o Alvaro com condições de reverter isso", explicou o presidente estadual da legenda, Abelardo Lupion.

Por último, Serra declarou ontem em São Paulo que demoraria mais "três ou quatro dias" para escolher o vice, o que inviabilizaria qualquer acordo com Osmar. PMDB e PT realizam convenções estaduais no domingo e precisam de uma definição do senador para levar a votação. "Acho que se a direção nacional do PSDB não se manifestar até amanhã (hoje) fica mesmo muito difícil segurar o Osmar", afirmou Alvaro.

O tucano enfatizou que apoiará qualquer posicionamento do irmão. "Vou ficar do lado dele." Sobre uma possível campanha pessoal para ser vice de Serra, disse que não está se esforçando porque a decisão deve caber apenas ao candidato, sem interferências externas.

Caso o desfecho seja mesmo anunciado hoje, é provável que seja realizada uma convenção coletiva entre peemedebistas, petistas e pedetistas para consagrar a candidatura de Osmar. Dilma deve participar do evento.

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