A direção do Instituto do Coração espera que a solução para a crise que atinge a Fundação Zerbini, administradora do Incor, saia nesta quinta-feira, em uma reunião do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O encontro está marcado para às 9h30m no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. A Fundação está ameaçada de se tornar insolvente, comprometendo o funcionamento do Incor, por causa dos encargos de uma dívida que soma R$ 245 milhões, dos quais R$ 117 milhões são devidos ao BNDES.
Numa entrevista detalhada à imprensa nesta quarta, os diretores da Fundação Zerbini e do Incor mostraram porque o hospital é considerado um dos três melhores centros de medicina cardíaca do mundo. É o que mais produz pesquisas no país, tem cinco mil trabalhos publicados em revistas internacionais, faz cinco mil cirurgias de alta complexidade por ano e atende, em 80% dos casos, pessoas pobres, com tecnologia de primeiro mundo.
Criada para dar apoio ao Incor, a Fundação Zerbini é quem mantém a alta qualidade dos serviços do hospital, pagando uma complementação nos salários dos 3.500 funcionários. A dívida começou com a ampliação do hospital, a construção do Incor-Brasília e problemas de gestão da diretoria anterior da Fundação Zerbini. Por ordem do presidente Lula, os ministérios da Fazenda e da Saúde estudam um socorro imediato para salvar a Fundação.
Os diretores do hospital disseram que a solução para a dívida da Fundação Zerbini seria um novo financiamento junto ao BNDES e a liberação de R$ 20 milhões por parte do Ministério da Saúde.
- Nós precisamos de recursos agora, senão a Fundação Zerbini acaba. O Instituto do Coração é um hospital público e vai caindo aos poucos se não tivermos recursos sem o apoio da Fundação Zerbini - declara Jorge Kalil, presidente do Incor.
O ministério da Fazenda condiciona uma possível reestruturação à participação do governo paulista, que na prática é o controlador do Hospital das Clínicas. Lembo tem resistido á idéia de injetar mais recursos no Incor sob alegação de que a Fundação Zerbini é uma instituição privada.
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