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O sumiço de quase 40 obras de arte, avaliadas em R$ 22 milhões, pode complicar ainda mais a situação do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira. Ele era dono do Banco Santos, que teve a falência decretada no ano passado, deixando um rombo de mais de R$ 2 bilhões. O ex-banqueiro era dono de tesouros arqueológicos, como um sarcófago egípcio e documentos assinados por Dom Pedro II, e peças valiosas, que foram cuidadosamente catalogados por ordem da Justiça.

Cid Ferreira, que era tido como um amante das artes, é acusado de construir parte de seu patrimônio com lavagem de dinheiro. As obras teriam sido compradas em operações fraudulentas. Por isso, a Justiça determinou o bloqueio dos bens para venda. Todas as obras deveriam ser abrigadas em museus e catalogadas. Mas, depois de seis meses de trabalho, o inventário feito por museus e pela Justiça não batem com os arquivos apreendidos no Banco Santos a respeito do acervo.

Muitas das obras mais caras estão desaparecidas. Elas estavam registradas nos livros do banco e sumiram. Entre elas, estão uma tela de Jean-Michel Basquiat e uma natureza morta de Henry Matisse. São 38 obras ao todo, avaliadas em cerca de US$ 10 milhões. Uma testemunha ouvida no processo afirma que viu parte das obras no imóvel de Cid Ferreira, na Rua Gália, no Morumbi. Arquivos também apontam a mansão como local das obras mais valiosas e que nunca vistas pelos oficiais de Justiça.

- Elas foram subtraídas para que não integrassem a massa falida, para que não pudessem ser usadas para ressarcir credores e os danos causados à União. Possivelmente, elas foram eliminadas do acervo em data anterior à intervenção do banco, uma vez que ele já demonstrava sinais de liquidação - afirma o procurador Silvio Martins.

Os advogados de Edemar Cid Ferreira não quiseram comentar o caso e afirmaram que vão responder à Justiça na próxima semana.

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