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Lewandowski: pronunciamentos ultrapassam duas horas | Felipe Sampaio/STF
Lewandowski: pronunciamentos ultrapassam duas horas| Foto: Felipe Sampaio/STF

Processo

Intervenções longas deixam lento o ritmo do julgamento

Agência O Globo

Ministros do Supremo Tribunal Federal estão preocupados com o ritmo de julgamento do processo do mensalão. Temem que ele só seja concluído após a aposentadoria do presidente da Corte, Ayres Britto, em 17 de novembro. Com exceção do relator, Joaquim Barbosa, e do revisor, Ricardo Lewandowski, os ministros se convenceram da necessidade de diminuir o tempo de seus votos, e têm levado no máximo duas horas para se pronunciar sobre cada capítulo.

Alguns integrantes do STF reclamam que Lewandowski deveria encurtar suas intervenções, especialmente em temas nos quais concorda com o relator.

A interlocutores, Ayres Britto afirma estar esperançoso sobre o fim do julgamento em meados de outubro. E que, se avançar novembro adentro, não ficará insatisfeito por não proclamar o resultado. Barbosa, que vai suceder Britto, nutre esperança de ouvir a proclamação da boca do colega. Até agora, apenas dois dos sete capítulos do processo foram concluídos.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve definir nesta semana que houve lavagem de dinheiro no esquema do mensalão. Na retomada do julgamento nesta segunda-feira, os ministros decidirão se dirigentes e ex-dirigentes do Banco Rural envolveram-se com práticas ilícitas para tentar dissimular ou esconder a origem de recursos usados no esquema.

Na semana passada, quando resolveram condenar três integrantes do Rural por gestão fraudulenta, ministros já adiantaram que havia indícios da prática de branqueamento de capitais.

Com a comprovação de que houve o mensalão e com as condenações do acusado de operar o esquema, Marcos Valério Fernandes de Souza, e de integrantes do núcleo financeiro, ministros do STF esperam que a partir de agora os debates na Corte ganhem uma agilidade que não existiu no primeiro mês de julgamento. Por enquanto, o tribunal conseguiu julgar apenas dois dos sete itens da denúncia.

"Os fatos estão enlaçados, imbricados e relacionados. Marcos Valério está em todas", comentou um ministro, explicando que as discussões serão mais simples a partir de agora e sinalizando que as ligações entre os núcleos estão comprovadas e que a maioria dos réus será condenada.

O STF absolveu dois dos 10 réus julgados até o momento: o ex-ministro Luiz Gushiken e a ex-dirigente do Rural Ayanna Tenório. Condenou o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), Marcos Valério, os publicitários Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, a acionista do Rural Kátia Rabelo, o ex-vice-presidente da instituição José Roberto Salgado e o ex-diretor Vinícius Samarane.

Agenda

A partir de segunda-feira, serão discutidos os saques feitos em espécie por Marcos Valério e seus aliados no Banco Rural. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro teve origem no fundo de investimento Visanet e foi gasto com o pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo em votações importantes no Congresso Nacional.

Depois desta discussão, os ministros julgarão capítulos sobre o pagamento do mensalão: os saques efetuados por políticos e aliados no Banco Rural. Em seguida, analisarão as acusações de evasão de divisas. Por fim, o STF vai julgar se houve formação de quadrilha.

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