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“Houve mais acertos do que erros. Os erros, talvez, em não localizar adequadamente quem são nossos principais adversários", afirmou Rui Falcão | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
“Houve mais acertos do que erros. Os erros, talvez, em não localizar adequadamente quem são nossos principais adversários", afirmou Rui Falcão| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

1,8 milhão é o valor das multas, somadas, dos petistas José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha.

O Supremo Tribunal Federal (STF) volta a discutir hoje a situação dos três deputados federais condenados por seu envolvimento com o mensalão, inclinado a determinar a cassação de seus mandatos.

O problema começou a ser discutido pelos ministros do Supremo na última quinta-feira e a decisão deverá provocar atrito com a Câmara dos Deputados, para quem a palavra final sobre os deputados deve ser do Legislativo. A discussão afeta os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), condenados por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O ex-presidente do PT José Genoino, que pode assumir uma vaga na Câmara como suplente no ano que vem, também poderá ser afetado pela decisão. Ele foi condenado por corrupção ativa.

Os ministros do Supremo pretendem encerrar o julgamento do mensalão, iniciado em 2 de agosto, até quarta-feira. Eles ainda precisam decidir, além da questão da perda de mandatos, se os condenados a penas de prisão devem ou não ir imediatamente para a cadeia. Outro assunto que deve ser encerrado é a aplicação de penas de multa aos condenados, estipulada até o momento em um total de R$ 22,3 milhões, mas que podem ter os valores revistos.

Se depender do presidente nacional do PT, Rui Falcão, os petistas condenados no processo do mensalão podem fazer uma "vaquinha" para ajudar os companheiros. Falcão disse que está disposto pessoalmente a colaborar com o pagamento das multas.

Segundo ele, o PT não irá bancar o pagamento, mas disse que já ouviu inúmeras manifestações de petistas dispostos a se cotizarem para os pagamentos. "Até porque os companheiros não têm recursos para pagar essas multas, totalmente desproporcionais aos crimes que lhes são imputados", disse. As declarações foram feitas após o encerramento de reunião do diretório nacional, em Brasília, no sábado à tarde.

Rui Falcão disse ainda que o PT não pretende adotar medidas para punir seus filiados que foram condenados pelo STF no julgamento do mensalão. Segundo Falcão, os petistas condenados pelo Supremo seguem com todos os todos os direitos partidários assegurados. Em relação à perda de mandato dos deputados condenados pelo STF, o petista entende que cabe à Câmara o julgamento sobre a decretação da perda de mandatos.

Campanha

O diretório nacional do PT recusou uma proposta de um de seus membros para não reconhecer o resultado do julgamento do mensalão e empreender uma campanha de rua contra o STF. A recusa frustrou José Dirceu, ex-ministro condenado pelo STF, e deixou tenso o clima na reunião do diretório petista, em Brasília. A proposta foi feita por um dirigente de Santa Catarina, Serge Goulart, após conversar reservadamente com Dirceu. Se a proposta fosse aprovada, a sigla assumiria para si um ataque institucional contra STF; se rejeitada, pareceria um veto a Dirceu e aos demais condenados no julgamento do mensalão. Diante da falta de apoio para iniciar a votação, o próprio Dirceu convenceu o colega a desistir da pauta.

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