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O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu a prisão preventiva do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), mas a ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon, não determinou a prisão em sua decisão.

Apesar do pedido do procurador-geral, ela entendeu que não havia elementos suficientes para decretar a prisão do governador em flagrante. Esta seria a única forma de prendê-lo, de acordo com o disposto na Constituição do Maranhão.

O governador Jackson Lago, que cumpre agenda em Brasília nesta quinta-feira (17), afirmou que defende a investigação da PF. O PDT divulgou nota de apoio ao governador.

"Tudo que for para apurar eu acho que é louvável, é importante, tem o meu apoio e tem a minha solidariedade. Tudo que for para acabar com a roubalheira, eu estou nessa luta uma vida inteira, vivo lutando no Maranhão há 40 anos contra a corrupção."

Sobre ser citado em relatório sobre o caso, o governador disse que acha "importante que haja apuração."

"Eu li nos jornais e vi na televisão que teria pessoas inclusive, com laços familiares ligados a mim. Eu acho que tudo tem que ser apurado, se ligados à administração, ou às relações de amizade ou às relações de parentesco", afirmou Lago.

O governador disse que ainda não teve acesso ao processo por correr em segredo de Justiça, mas que já procurou um advogado e garantiu que "brevemente todos irão tomar conhecimento, até para que eu possa prestar os esclarecimentos necessários."

A investigação

A investigação da Polícia Federal (PF) que desmontou um esquema de fraude em licitações e desvio de recursos públicos federais destinados a obras públicas apontou indícios de envolvimento do governador do Maranhão Jackson Lago (PDT).

O G1 apurou que, no relatório em que a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determina a deflagração da Operação Navalha, o nome do governador é citado pelo menos dez vezes. Entre os 46 presos pela operação, até agora há dois sobrinhos de Lago. O ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares também foi preso nesta quinta-feira (17).

Segundo a PF, o esquema de desvio de recursos públicos operava por meio da empresa Gautama, com sede na Bahia. Diretores e funcionários dessa empresa que, de acordo com as investigações, pertenceriam ao nível mais alto da organização, também foram presos.

Mas boa parte das fraudes, segundo a investigação, acontecia no Maranhão. Um indício é que, no norte do estado, quatro pontes teriam sido construídas parcialmente para desviar verbas.

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