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Atualizado em 28/11/2006 às 18h28

Os três senadores suspeitos de envolvimento na máfia dos sanguessugas foram absolvidos nesta terça-feira no Conselho de Ética do Senado. O relatório que pedia a cassação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) nem chegou a ser votado. O conselho aprovou apenas uma censura verbal ao parlamentar. Já os senadores Serys Slhessarenko (PT-MG) e Magno Malta (PL-ES) tiveram seus processos arquivados, conforme sugeria o relatório, por unanimidade. Nos três processos, oposição e governo votaram juntos.

Por doze votos a dois, foi aprovada a proposta do senador Wellington Salgado (PMDB-MG) de aplicar apenas uma censura verbal a Suassuna, em vez da cassação, proposta pelo relator Jefferson Peres (PDT-AM). Após sua absolvição, o senador, que não conseguiu se reeleger na última eleição, disse que não houve pizza e acusou a imprensa de injustiçá-lo. Suassuna afirmou que volta à vida de empresário, como um cidadão comum.

- Volto a cuidar dos meus negócios, dos meus shoppings e empresas, que tenho em vários estados e vários países. Volto a ser um cidadão comum - afirmou.

Segundo ele, ainda que é cedo para decidir se continuará na vida pública ou não.

- Por ora, estou muito enojado da política - disse.

O presidente em exercício da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Aristoteles Atheniense, criticou a decisão, e se diz descrente diante da possibilidade de mudanças que impeçam que conceitos como ética e moral continuem sendo banalizados no país.

- Esperávamos que, após as eleições, fatos como esse fossem deixar de acontecer, que uma tendência de mudar surgiria, mas o indicativo é que esse cenário de impunidade será, cada dia mais, crescente. Vamos iniciar uma nova legislatura no Congresso, mas os métodos de autodefesa dos parlamentares, ao que parece, vão continuar os mesmos - disse.

Já a senadora Serys Slhessarenko, que tem mandato até 2010, escapou da cassação por unanimidade. O relatório do senador Paulo Octávio (PFL-DF), que pedia o arquivamento do processo da petista, foi aprovado por 13 votos a 0.

Malta diz que seu 'domingo de Páscoa chegou'

Também por unanimidade, o conselho decidiu acolher o voto do senador Demóstenes Torres (PFL-GO) e arquivar representação encaminhada contra o senador Magno Malta, com mandato até 2010. Ligado à igreja evangélica, o senador afirmou que viveu "quatro meses de sexta-feira da Paixão e que hoje, enfim, seu domingo de Páscoa chegou".

Ele revelou ainda que, durante todo esse período, não teve coragem de enfrentar a opinião pública e viajava sempre de carro para o Espírito Santo, evitando pessoas que viajavam de avião. O senador afirmou também que uma pessoa que vive o "calvário" que ele teria vivido, se não tiver uma relação com Deus, acaba pondo fim à sua própria vida.

- O homem que tem vergonha e se não tiver uma relação com Deus, o sentimento é de atentar contra a própria vida. O que eu vivi não desejo 1% desse calvário à ninguém - afirmou Malta.

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