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O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) negou nesta terça-feira, em depoimento no Conselho de Ética do Senado, ter participado do esquema de fraudes para a compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União ou mesmo conhecer os acusados de envolvimento com a máfia. O senador disse também que uma assinatura sua foi falsificada num documento que destina verba para compra de ambulância e negou que vá renunciar ao cargo.

Ney Suassuna é acusado de receber R$ 240 mil da chamada máfia das sanguessugas para apresentação de emendas ao Orçamento. O dinheiro teria sido depositado na conta de Marcelo Carvalho, ex-assessor de Suassuna. O senador, que foi líder do PMDB, optou por comparecer sem a assessoria de advogado e pediu que o depoimento fosse aberto.

- Nenhum dos personagens me conhece. Não sabia da existência dessas pessoas, nunca falei pessoalmente ou por telefone com essas pessoas, embora jornais importantes digam que eu falei. Se o senhor verificar, vai ver que nenhum deles me conhece. Nunca falaram comigo, não sei sobre a sua existência - disse ele ao relator Jefferson Péres (PDT-AM).

O senador Ney Suassuna se referia aos principais acusados de participação no esquema, como a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino e os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam, empresa acusada de comandar a máfia.

Suassuna também disse que conheceu Marcelo Carvalho ao assumir o Ministério da Integração Nacional, onde o ex-funcionário trabalhava como assessor parlamentar. Suassuna esteve à frente do Ministério no período de 14 de janeiro de 2001 a 5 de abril de 2002.

Durante seu depoimento, o senador afirmou ainda que sua assinatura foi falsificada em um documento que destina recursos para a compra de ambulância a uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) sediada no Rio de Janeiro. Ele apresentou um laudo para provar a falsificação.

- Não tenho relações com essas entidades. Não existem provas contra mim, simplesmente porque não participei desse esquema. Eu também não vou explodir e fazer novas revelações, como disse a imprensa. Não vou renunciar e nem pedir demissão. Também não tenho humor instável. Estou há 38 anos no PMDB e nunca tive outro partido - disse Suassuna.

Os três filhos do senador - Rodrigo, Diego e Fabrício - e sua ex-esposa Tânia acompanham o depoimento. No início de sua defesa, Suassuna disse que sua campanha de reeleição ao Senado está difícil porque "todo dia tem uma manchete no jornal" tentando desestabilizá-lo.

Suassuna é um dos três senadores que estão sendo investigados porque tiveram os nomes incluídos no relatório parcial da CPI dos Sanguessugas por haver indícios ou provas de terem participado da chamada máfia das ambulâncias. Os outros dois são Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES).

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