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Ministro paranaense

Governo analisa denúncia contra Balbinotti e adia posse. O futuro ministro se reuniu ontem pela primeira vez com o presidente Lula, que não o conhecia pessoalmente, mas confirmou a sua indicação antes mesmo do encontro.

Leia entrevista de Odílio Balbinotti à Gazeta do Povo impressa

Com o anúncio das primeiras mudanças no Ministério, o nó da reforma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclui semana que vem está na sucessão de Luiz Fernando Furlan, no Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e de Tarso Genro, nas Relações Institucionais. Inicialmente, o atual ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, aparecia como sucessor de Genro, mas com a saída de Furlan, do Desenvolvimento, o nome dele também passou a ser cogitado para esta pasta.

- Estou virando uma espécie de coringa no noticiário, mas ainda não recebi nenhuma informação do presidente sobre qual será o meu lugar - afirmou o ministro.

Segundo Mares Guia, nas conversas sobre reforma ministerial, o argumento de Lula é de que o governo está funcionando e que faltam poucos nomes a serem definidos.

- Falta pouco para se ajustar. E eu estou aí nesse meio, estou na gangorra - disse o ministro, que evitou manifestar preferência por um dos dois ministérios, dizendo que está "meio a meio".

A possível nomeação de Mares Guia para o Desenvolvimento agrada ao PT, que gostaria de manter a articulação política do governo, representada pelo Ministério das Relações Institucionais. Entre os cotados para a vaga estão o ex-governador do Acre Jorge Viana e o deputado Henrique Fontana (PT-RS). Mas segundo o Blog do Noblat, este não é mesmo pensamento do PTB, que prefere Mares Guia como sucessor de Tarso.

Para o Desenvolvimento, Lula cogitou o empresário Jorge Gerdau Johanpetter e o executivo Maurício Botelho, da Embraer, mas as sondagens não prosperaram segundo fontes do Planalto. O presidente passou, então, a analisar a hipótese de o cargo ser ocupado por Mares Guia, empresário do setor de Educação e que também já foi um dos principais produtores de insulina no Brasil.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) chegou a dizer a jornalistas ter ouvido do ministro Tarso Genro que "a próxima reunião do Conselho já vai ser coordenada pelo Walfrido''. Nenhum outro líder ou presidente de partido aliado ao governo confirmou a informação de Miro. Mais tarde, o próprio líder do PDT voltou atrás e disse não ter mais certeza quanto à indicação que teria ouvido de Genro.

Qualquer que seja o destino de Mares Guia, o Ministério do Turismo estará aberto à ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), que está disposta a aceitar o cargo e aguarda um convite oficial de Lula.

O PT também ficará com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. A corrente petista de esquerda Democracia Socialista, que já ocupa a pasta desde 2003, apresentou quatro nomes ao presidente: o atual ministro, Guilherme Cassel, Joaquim Soriano, secretário-geral do PT, Miguel Rossetto, que já ocupou a pasta, e o deputado Walter Pinheiro (PT-BA).

Lula prometeu concluir a reforma ministerial apenas na próxima semana, mas avalia que a base parlamentar do governo está consolidada.

- O presidente garantiu que a reforma será concluída no fim da semana que vem - afirmou José Múcio Monteiro, líder do governo na Câmara.

Na reunião com os partidos aliados, na manhã desta quinta-feira, Lula confirmou que dará posse nesta sexta a três novos ministros: Tarso Genro na Justiça, José Gomes Temporão , na Saúde e Geddel Vieira Lima, na Integração Nacional. Segundo o presidente do PMDB, Michel Temer, o deputado Odílio Balbinotti (PR), apesar de responder a processo no Supremo Tribunal Federal (STF), foi confirmado na Agricultura, mas sua posse foi marcada para a próxima quinta-feira. O motivo oficial do adiamento da posse de Balbinotti é a viagem do atual ministro, Luís Carlos Guedes, para a Indonésia. Ao ser apresentado ao presidente, nesta quinta-feira, Balbinotti disse que não se sente constrangido em assumir a pasta respondendo a processo na Justiça.

Mais cedo, o presidente explicou sua opção pela escolha de técnicos para os ministérios da Educação e da Saúde. Lula manteve Fernando Haddad na pasta da Educação e escolheu Temporão, ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca), para a Saúde. Ao ser indagado sobre as escolhas para o novo Ministério, Lula respondeu:

- Eu acho que tem duas coisas fundamentais: educação e saúde. A gente não brinca, não partidariza, e a gente monta um governo com as pessoas que têm competência, com as pessoas que têm capacidade de montar um bom governo. Porque, se na saúde você brincar, é morte. Na educação, se você brincar, é um analfabeto - afirmou Lula, que estava na reunião ao lado dos ministros Haddad, Dilma Rousseff (Casa Civil) e Mares Guia.

Ainda durante a cerimônia, o presidente afirmou que a educação é o único caminho para evitar que jovens caiam na criminalidadee que o país precisa dar cidadania ao "estoque de três milhões de jovens" que estão fora do mercado de trabalho e da escola, em vez de perpetuar a exclusão.

PMDB fica com cinco ministérios

Com Temporão na Saúde, Geddel na Integração e Balbinotti na Agricultura, o PMDB passa a ter cinco pastas, que juntas passarão a controlar o equivalente a 19,5% do orçamento dos ministérios (R$ 91,6 bilhões). O partido já tem Comunicações (Hélio Costa) e Minas e Energia (Silas Rondeau). Os dois ministros continuam nos cargos.

Já o deputado Paulinho da Força (PDT-SP) disse ter recebido de Tarso Genro, numa rápida conversa na tarde desta quarta-feira, a confirmação que o ministério reservado para o PDT é o da Previdência Social. O nome indicado pelo partido para o cargo é o do presidente do PDT, Carlos Lupi, que vem negando ter recebido convite oficial. Segundo o colunista Ancelmo Gois, Lupi será mesmo ministro.

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