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O detento Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue - apontado por Marcos Camacho, o Marcola, como seu sucessor à frente do crime organizado em São Paulo - recebeu 13 visitas da advogada Maria Odete de Moraes Haddad em apenas quatro meses. Em janeiro foram duas visitas, a última delas no dia 20, dois dias antes de a advogada se encontrar com Marcola na mesma penitenciária por um período de quatro horas.

Maria Odete está entre os 33 advogados que devem ser chamados a prestar esclarecimentos à Ordem dos Advogados do Brasil por conta de visitas constantes a integrantes de facção criminosa. A CPI do Tráfico de Armas acredita que esses advogados funcionam como 'pombos-correio', levando e trazendo informações entre os líderes de facções criminosas.

Gegê do Mangue já faz parte da cúpula do crime organizado em São Paulo desde 2002, conforme denúncia apresentada à Justiça pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaerco).

O relatório, divulgado pela CPI do Tráfico de Armas, indica que Maria Odete fez quatro visitas consecutivas a Gegê do Mangue em fevereiro, nos dias 20, 21, 22 e 23, e quatro em dias alternados no mês seguinte (dias 8, 10, 14 e 16 de março) em Presidente Bernardes. Em abril, as visitas foram concentradas no início (dias 1 e 4) e no fim de abril (dia 25). O detento foi visitado ainda por outras duas advogadas em março, nos dias 13 e 24.

Na listagem da CPI, Maria Odete aparece com 110 visitas a presos este ano em 10 penitenciárias diferentes. Do total das visitas, 42 foram à penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, onde visitou não apenas Gegê do Mangue, mas também outros 15 presos mantidos em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), entre eles Wanderson de Paula Lima, o Andinho.

Aos 29 anos, Gegê do Mangue cumpre pena de oito anos por formação de quadrilha, homicídio e tráfico de drogas. Foi preso pela primeira vez em 1998 e saiu dois anos depois, por conquistar liberdade provisória. Um ano depois estava de novo preso. Seu nome só foi identificado pelo Ministério Público como integrante do crime organizado nas investigações do assassinato do juiz corregedor de Presidente Prudente, Antonio José Machado Dias, ocorrido em março de 2003.

Ele foi surpreendido por um agente penitenciário passando a Marcola um bilhete recebido de uma mulher Rosangela Legramadi Peres, conhecida como Fia, no qual ela dava conta da morte do juiz "A caminhada é o seguinte o Machado já foi nessa...esse salve veio hoje pelo pessoal. Foi a Fia que passou", dizia a bilhete interceptado.

Fia está presa na Penitenciária Feminina de Campinas. Antes de ser levado para Presidente Bernardes e colocado em regime de RDD no dia 13 de maio último, Gegê já tinha passado pelas penitenciárias de Presidente Venceslau e Avaré.

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