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Policiais Federais param por 24 horas nesta quarta-feira

Policiais Federais (PF) de todo o Brasil fazem nesta quarta-feira uma paralisação de 24 horas em protesto ao descumprimento de um acordo firmado entre a categoria e o governo federal. Os policiais alegam que o segundo resjuste salarial, prometido pelos ministérios da Justiça e do Planejamento, não foi cumprido.

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Número de foragidos é resultado da falta de repressão e de medidas sociais, diz Tarso

O ministro da Justiça, Tarso Genro, atribuiu a explosão de mandados de prisão não cumpridos à falta de repressão e de medidas sociais de combate à criminalidade. Segundo o ministro, as ordens de prisão não cumpridas estão diretamente relacionadas à escalada da criminalidade.

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O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta terça-feira esperar que os policiais federais, que marcaram uma paralisação de 24 horas para esta quarta-feira, não desrespeitem as leis estabelecidas para esse tipo de protesto. Segundo o ministro, os policiais devem dar o exemplo de respeito à ordem jurídica. Tarso não deixou claro se o governo vai atender às reivindicações dos sindicatos dos policiais federais, que pedem reajuste de 30%. Os sindicatos alegam que o reajuste foi acertado com o então ministro Márcio Thomaz Bastos no ano passado. A corporação já se declarou em "estado de greve" desde o dia 15 de fevereiro.

- O ponto de partida da democracia é o ponto de interesse da corporação, mas não é o ponto de chegada. O ponto de chegada é o ponto de interesse da sociedade e o conjunto de interesses dos servidores. A nossa parte, que temos que observar, é para que qualquer movimento que aja entre os servidores público seja feito dentro da lei e da ordem jurídica democrática, inclusive para dar exemplo, como devem dar o exemplo os policiais federais - afirmou Tarso, na abertura do Fórum Nacional de Inserção Feminina nas instituições policiais.

Em reunião na segunda-feira, os policiais federais e o ministro não chegaram a um acordo para suspender a paralisação. A categoria alega que o governo federal descumpriu acordo firmado de recomposição salarial. Durante o encontro, Tarso reafirmou o compromisso do governo de valorizar os policiais federais.

Delegados, agentes e técnicos especializados reivindicam o cumprimento da promessa de reajuste salarial feita pelo diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, e por Bastos. Segundo os federais, a reposição negociada busca diminuir a desigualdade salarial entre a Polícia Federal, o Ministério Público e a magistratura Federal.

As entidades representativas da classe sustentam que enquanto as outras carreiras tiveram reajustes que variaram entre 130% e 311%, os policiais federais receberam nos últimos 12 anos uma recomposição pouco acima de 40%.

Lacerda fica por pelo menos três meses

Tarso Genro também disse que o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, deve permanecer no cargo por pelo menos três meses. Tarso disse que neste período definirá a sucessão no comando da PF com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pelo menos cinco delegados disputam o cargo ocupado por Lacerda desde o início do primeiro mandato de Lula. Tarso já pediu para Lacerda ficar no cargo em caráter definitivo, mas pelo menos por enquanto o delegado de mantém firme na disposição de deixar o cargo.

- Não estou tratando da sucessão do doutor Paulo Lacerda. Já disse que ele esqueça a saída dele nos próximos três meses - afirmou Tarso, que se reuniu com as entidades representativas dos servidores da Polícia Federal, na sede da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

Número de foragidos é resultado da falta de repressão, diz Tarso

Também nesta segunda-feira, Tarso atribuiu a explosão de mandados de prisão não cumpridos à falta de repressão e de medidas sociais de combate à criminalidade. Segundo o ministro, as ordens de prisão não cumpridas estão diretamente relacionadas à escalada da criminalidade.

Reportagem do jornal "O Globo" desta segunda-feira informa que o país tem aproximadamente 550 mil mandados de prisão não cumpridos, ou seja, mais de meio milhão de brasileiros têm que prestar contas à Justiça por crimes como assalto, homicídio, seqüestro e corrupção, entre outros.

- Isso ocorre porque há um descompasso entre o aumento da criminalidade no Brasil em função da urbanização e desatenção - e isso não é nenhuma crítica a nenhum governo em particular -, mas nos últimos 50 anos há uma falta de acompanhamento do Estado brasileiro com políticas repressivas, dissuasórias, preventivas e sociais. Esse descompasso gera um aumento da criminalidade - afirmou Tarso.

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