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O presidente do PT, Tarso Genro, informou à coordenação política do Campo Majoritário que decidirá até domingo se vai disputar ou não o Processo de Eleição Direta (PED). Tarso continua impondo a saída do deputado federal José Dirceu da chapa do Campo Majoritário que disputará as eleições internas de 18 de setembro como condição para continuar na disputa pela presidência nacional do partido.

- Conversei com o doutor Tarso e ele me disse que até domingo terá uma decisão - disse Francisco Rocha, coordenador político do Campo Majoritário.

O ex-chefe da Casa Civil sustenta que não retira sua candidatura por acreditar que seria vítima de um prejulgamento, antes da conclusão de seu processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro por suposto envolvimento no escândalo do mensalão.

Os dirigentes do PT estão reunidos no diretório nacional do partido, em São Paulo, para tentar uma saída para o impasse entre Tarso e Dirceu.

Na quinta-feira, no entanto, Tarso deu mais um sinal de que deve sair da disputa. Ele avisou à coordenação do PED que não participará dos debates deste fim de semana em Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre, sua cidade natal e base política. As opções mais comentadas para substituí-lo eram as do secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, e o secretário-geral da presidência, Luiz Dulci.

Berzoini disse nesta sexta-feira, em entrevista à CBN, que não pretende disputar a presidência do partido e que continua apoiando a candidatura do atual presidente, Tarso Genro, "de forma entusiasmada", conforme definiu. Segundo Berzoini, o momento do partido é de entendimento e não de posições rígidas. Ele é a favor do afastamento de Dirceu da chapa do Campo Majoritário. Berzoini, porém, faz um discurso moderado, ao contrário de Tarso.

- O objetivo é que ele (Tarso) continue independente da presença ou não do José Dirceu, até porque a presença no diretório será discutida posteriormente à eleição a partir do percentual que a chapa tiver de votos - disse Berzoini.

Para o secretário-geral do PT, a saída de Dirceu da chapa não é condição, mas ajudaria o partido se ocorresse.

- Nós evidentemente não colocamos isso como uma condição, uma pré-condição. Se ele permanecer na chapa, em nada diminui a nossa possibilidade de debater. Mas se ele saísse, evidentemente afastaria uma questão polêmica e permitiria que nós fizéssemos a campanha de uma maneira mais tranqüila - comentou Berzoini.

Para alguns dirigentes, a permanência de Tarso ficou insustentável não só por causa do ultimato dado por Tarso a Dirceu, mas também devido às críticas do presidente do PT à política econômica do governo.

Numa reunião, na noite de quarta-feira, na casa do deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), da qual participaram 40 deputados da ala moderada, foram feitas duras críticas à conduta do presidente do partido. E a crise fez novas vítimas. O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (SP), o ex-líder do partido na Câmara Paulo Rocha (PA) e o ex-líder do governo na Câmara Professor Luizinho (SP) foram afastados da coordenação do Campo Majoritário.

A nova coordenação do Campo Majoritário, formada pelos deputados Zezéu Ribeiro (BA), Paulo Pimenta (RS), Carlos Abicalil (MT), Nilson Mourão (AC) e Reginaldo Lopes (MG), recebeu a tarefa de procurar Tarso para enquadrar seu discurso ao pensamento médio da tendência. Eles não concordam com o ultimato, dado por Tarso a Dirceu.

- É voz corrente entre nós que não podemos entregar Dirceu às feras - disse o deputado Odair Cunha (PT-MG).

- Os deputados do Campo Majoritário apóiam a candidatura do Tarso, mas consideram inadmissíveis suas declarações recentes - afirmou o deputado Carlos Abicalil.

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