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Morreu nesta sexta-feira, em casa e na companhia de familiares, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) , ex-presidente do senado. Tebet, que tinha 70 anos, teve seu estado de saúde agravado na noite da última quinta-feira, e estava em coma. Ele estava em tratamento domiciliar, pois, segundo os médicos, os tratamentos terapêuticos já não estavam fazendo mais efeito. O único aparelho que estava sendo utilizado era para a retirada de secreções.

Tebet foi ministro da Integração Nacional no governo Fernando Henrique Cardoso e era atualmente titular da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Assuntos Econômicos.

Há 20 anos o senador teve um câncer na bexiga, que voltou a se manifestar há dois anos, desta vez nos rins. Ramez Tebet estava fazendo quimioterapia, mas, no fim de outubro, precisou ser internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a uma alergia provocada pela troca dos medicamentos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alterou seus compromissos deste sábado e permaneceu durante 30 minutos no velório, em Três Lagoas (MS), cidade natal do senador. Além de Lula, estavam presentes os senadores Renan Calheiros (PMDB- AL), presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), Pedro Simon (PMDB-RS), Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Delcídio Amaral (PT-MS) e também o deputado federal Michel Temer, presidente nacional do PDMB.

O corpo do senador foi velado de 3h da madrugada até às 9h na Assembléia Legislativa, em Campo Grande, sendo visitado por mais de mil pessoas. De lá seguiu em carro do Corpo de Bombeiros até o aeroporto da capital, para posterior deslocamento para Três Lagoas.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha o velório do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), que morreu nesta sexta-feira em decorrência de um câncer (Divulgação)

Depois de participar de uma rápida cerimônia religiosa, ao lado da família de Tebet, Lula disse em entrevista que foi surpreendido pela notícia da morte, já que planejava visitar o senador na segunda-feira. A Presidência da República divulgou pela manhã uma nota lamentando a morte. Lula disse também que uma das lembranças que guarda de Tebet é "o orgulho" de ter sido diplomado por ele quando assumiu a Presidência, e que ele foi um político de muita glória.

- Que Deus permita que nasçam outros políticos com a grandeza e a competência de Ramez Tebet - declarou Lula.

Lula ainda afirmou que Tebet deixa um legado no país com sua morte.

- Eu penso que Ramez representa o político que podemos dizer verdadeiramente que é com ‘P’ maiúsculo. Um homem que contribuiu com a nossa nação, um democrata - afirmou.

Calheiros disse estar muito emocionado. O presidente do Senado decretou luto oficial na Casa por três dias a partir deste sábado e determinou a convocação de uma sessão de homenagem e de pesar na tarde da próxima segunda-feira.

Também foi decretado luto oficial de três dias no Estado do Mato Grosso do Sul, na capital e também em Três Lagoas, que tem como prefeita a filha do parlamentar, Simone Tebet. Ramez Tebet deixa a esposa Fairte Nassar Tebet e os filhos Simone, Eduarda, Rodrigo e Rames (esses dois últimos, gêmeos).

Nesta sexta-feira, na tribuna do Senado, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) prestou homenagem a Tebet, por estar "dando uma lição de coragem" ao lutar há mais de 20 anos contra um câncer. Para Simon, Tebet é uma das pessoas "mais corretas, mais dignas" que conheceu na vida pública e é um senador que sempre esteve presente nos momentos mais difíceis da Casa.

- Nunca houve um problema nesta Casa sem que Tebet procurasse ajudar - afirmou Simon, em discurso apoiado pelos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

Na opinião de Simon, Tebet deu lições pela forma como lutou contra a doença. O senador gaúcho citou, como exemplo, ocasião em que Tebet saiu do hospital e foi diretamente para Brasília para discursar da tribuna do Senado, ainda que com dificuldade.

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