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No dia em que foram divulgadas informações da caixa-preta do avião da TAM indicando que a aeronave tocou o solo de Congonhas para pouso em velocidade normal, dois técnicos que liberaram a pista principal do aeroporto pouco antes do acidente disseram, em depoimento no 27º Distrito Policial, terem feito apenas a verificação visual do volume de água na pista. Ou seja, liberaram a pista pouco antes do acidente no "olhômetro", sem o uso de instrumentos para aquele fim. A informação é do promotor Mario Luiz Sarubo, que acompanhou os depoimentos dos técnicos Aguinaldo Molina e Ezdias Barros. Segundo ele, os dois disseram que a régua só é usada na medição quando há poças d´água e, no dia do acidente, eles não viram poças na pista.

Os investigadores querem saber se era possível e adequado fazer a avaliação sem instrumentos, de modo a enxergar uma lâmina de água de três milímetros (pouco mais que a espessura de uma moeda de cinqüenta centavos) - o que determinaria o fechamento da pista.

Dois comandantes da TAM que voaram com o Airbus 320 antes do acidente, José Eduardo Batalha Brosco e Paulo Marcelo Souza Soares, também foram ouvidos pela polícia. Segundo o delegado Antônio Carlos Menezes Barbosa, ambos disseram que o avião estava em boas condições e atribuíram o acidente à pista do aeroporto

Apesar de criticarem as condições da pista, os pilotos da TAM disseram que o fato de o reversor da turbina (que ajuda a reduzir a velocidade antes da frenagem) direita do Airbus estar com defeito e desligado não atrapalharia o pouso no aeroporto, mesmo com chuva.

Eles disseram ao delegado que a pista de Congonhas ficou mais escorregadia depois da obra de reforma feita pela Infraero. A obra foi entregue incompleta, sem as ranhuras (grooving) usadas para aumentar o atrito dos pneus na frenagem e escoar a água em dias de chuva.

FAB: Airbus tocou pista com velocidade normal mas não desacelerou o suficiente

O brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), confirmou que o avião da TAM teria batido no prédio, após sair da pista, a uma velocidade aproximada de 175 quilômetros por hora, conforme informaram no início da tarde de terça-feira os deputados Efraim Filho (DEM-PB) e Marco Maia (PT-RS), que acompanham em Washington a coleta de dados das caixas-pretas do avião da TAM .

Kersul afirmou que a velocidade no momento em que o avião tocou a pista de Congonhas estava dentro do normal, e que o Airbus não teria desacelerado o suficiente.

Segundo as informações transmitidas pelos parlamentares em Washington, a aeronave teria pousado dentro da velocidade padrão, de 110 a 120 nós por hora (entre 203,7 quilômetros por hora e 222,24 quilômetros por hora), e colidiu com o prédio da TAM lateralmente, a uma velocidade de 175 quilômetros por hora. Entre estas velocidades, afirmam, o piloto não teria condições de retomar a altitude ou arremeter, caso estivesse em dificuldades para frear na pista molhada.

O presidente da Infraero negou nesta terça-feira que o órgão tenha cedido a pressões das companhias para acelerar a conclusção da obra. Porém, ata da audiência pública que aconteceu em 2 de abril, antes do início da reforma, mostra que o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas manifestou a preocupação de que as obras não fossem concluídas até o final de junho, antes do início da alta temporada.

A pista foi reinaugurada no dia 29 de junho e bastou chover para que pelo menos três aviões derrapassem.

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