• Carregando...
Em evento da revista inglesa The Economist, Sergio Moro defendeu que o combate à corrupção também é um dever da sociedade | Paulo Whitaker/Reuters
Em evento da revista inglesa The Economist, Sergio Moro defendeu que o combate à corrupção também é um dever da sociedade| Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O juiz federal Sergio Moro, responsável pela condução das Operação Lava Jato, disse nesta terça-feira (27), que está um “pouco cansado” da duração das ações, mas que não cabe a ele prever o fim das investigações. Moro falou durante evento da revista inglesa The Economist em São Paulo. O editor da revista, Michael Reid, abordou a crítica ao excesso de delações e prisões preventivas e perguntou se isso estaria contribuindo para “pescar” envolvidos.

Moro rebateu as críticas e brincou. “Olha, acho que tem vindo bastante peixe. Acho que existe uma crítica exagerada”, disse o juiz.

Moro voltou a falar que Brasil necessita de reformas legais que “aumentem a efetividade” do sistema judiciário, caracterizado hoje pela “excessiva morosidade”.

Moro elogia juíza que ordenou busca em empresa de filho de Lula

Ao comentar a deflagração da quarta fase da Operação Zelotes, o juiz Sergio Moro elogiou a magistrada Célia Regina Og Bernardes, que ordenou prisões e buscas de suspeitos de se beneficiar de um esquema de corrupção envolvendo o Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf). Um dos alvos da operação foi a sede das empresas de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.

“Acredito que o caso está nas mãos de uma colega juíza muito competente. Vamos aguardar o desenvolvimento dos trabalhos”, disse Moro, em São Paulo.

O juiz que julga os processos da Operação Lava Jato proferiu conferência durante a “Brazil Summit”, evento promovido pela revista britânica The Economist, nesta terça (27).

“Morosidade excessiva gera impunidade”, disse.

O juiz defendeu ainda que o combate à corrupção não é um dever só das instituições, mas da sociedade também. E brincou dizendo que tem aceitado ir a eventos com empresários para “passar basicamente” um recado:

“Não paguem propina”, disse.

Questionado pela plateia se o suposto acordo entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para evitar o impeachment da presidente Dilma Roussef e a cassação de Cunha poderia afetar o trabalho do judiciário, Moro preferiu não se manifestar. Ele negou também ter alguma pretensão política, devido à projeção alcançada com a condução da Operação Lava Jato.

Durante o debate, que contou com a participação da jornalista Monica Waldvogel e o advogado Thiago Jabor, Moro defendeu o apoio público às investigações. Waldvogel e Jabor debateram se as operações Lava Jato e Zelotes, da Polícia Federal, representam ou não fortalecimento das instituições públicas.

Para Moro, sim. Segundo ele, a manutenção das investigações e a independência do trabalho tipificam uma instituição forte.

“Não se varreu nenhum desses casos criminais para debaixo do tapete.”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]