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Relações estremecidas

Temer apoia manifesto do PMDB contra o PT

Vice-presidente afirma que buscará um tratamento mais igualitário para os dois partidos dentro do governo

Michel Temer: manifesto serve como um alerta das insatisfações da base | Antônio Cruz/ABr
Michel Temer: manifesto serve como um alerta das insatisfações da base (Foto: Antônio Cruz/ABr)

O presidente em exercício, Michel Temer, aderiu ao manifesto dos insatisfeitos do PMDB que protestam contra o projeto do PT de usar uma "ampla estrutura governamental" para ultrapassar os peemedebistas em número de prefeituras. Além de dar razão aos queixosos que lhe entregaram o documento ontem à tarde, ele reconheceu que a pressão do PT sobre o PMDB é grande e, citando São Paulo, disse que não recua­­rá: "O Gabriel Chalita [candidato do PMDB a prefeito da capital] vai até o fim".

"Temos que trabalhar para eleger o maior número de prefeitos", conclamou Temer, declarando-se "defensor da liberdade das coligações" nas disputas municipais. Ao analisar o quadro eleitoral no encontro de uma hora no gabinete da vice-presidência da República, admitiu que o PT tem mais facilidade de acesso a programas e recursos do governo para as bases e prometeu buscar um "tratamento mais igualitário".

O vice acredita que o manifesto vai ajudar o governo, com o alerta das insatisfações. "Olha, vejam bem, vocês estão cobertos de razão. Vou abrir uma conversa [com o governo], falar dessa situação", disse à certa altura. Mas o tom conciliador de Temer gerou dúvidas e cobranças.

"Se vocês estão pensando que viemos aqui para vocês passarem a mão na cabeça da gente, estão enganados. Viemos aqui para resolver. Estamos há um ano e meio ouvindo isto", disse o deputado Manoel Moreira (PMDB-RS), saudado com gritos de "muito bem!".

Para não polemizar, Temer saiu pela tangente. "Você disse exatamente o que eu havia dito, só que com sua voz forte, imponente." Ato contínuo, o líder na Câ­­mara, Henrique Eduardo Alves (RN), sugeriu que Temer organizasse uma reunião dos dois líderes peemedebistas – ele e o senador Renan Calheiros (AL) – com as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) para passar ao governo as insatisfações do partido.

Votação

No geral, o grupo de cerca de 20 deputados que se reuniu com Temer saiu satisfeito do encontro. "O importante é que o Michel reconheceu que há insatisfações antigas, que houve uma acomodação por parte das lideranças diante delas e que o documento ajudará a agitar o partido para buscarmos uma solução", resumiu o deputado Danilo Fortes (CE).

Todas essas insatisfações serão postas à mesa hoje pela manhã, quando a bancada vai se reunir para tratar da votação do novo Código Florestal. "Temos que nos reunir e dizer ao governo que não vamos votar. Não podemos ceder", propôs o deputado Darcísio Perondi (RS) ao líder Henrique Eduardo Alves, lembrando-o de que o momento em que a candidatura do peemedebista à presidente da Câmara mais cresceu foi quando houve o enfrentamento na votação do Código.

Assim, o PMDB ameaça impor a mais grave derrota política ao governo Dilma na votação do Código Florestal, com regras de proteção ambiental nas propriedades do país. A votação foi adiada para a próxima terça-feira (leia mais na próxima página). A orientação do líder do PMDB, expressa parcialmente no twitter, é fazer com que o partido vote unido.

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