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Temer: vitória dará poder de interferir na pauta política do país, projeção e garantir uma aproximação ainda maior com o governo federal | Marcelo Casal Jr./ABr
Temer: vitória dará poder de interferir na pauta política do país, projeção e garantir uma aproximação ainda maior com o governo federal| Foto: Marcelo Casal Jr./ABr

O que está em jogo

Veja os motivos que fazem da presidência da Câmara dos Deputados um cargo tão cobiçado:

> Ser o presidente da Câmara significa ter o controle da pauta de votação do Casa e, de certa forma, ter domínio sob a agenda política do país.

> O governo tem interesse que o presidente seja alguém da base aliada porque essa figura é uma espécie de elo entre o Executivo e o Legislativo.

> O presidente da Câmara tem o poder de indicar os relatores das medidas provisórias.

> Caso aconteça algo ao presidente da República e ao vice, que os impeça de continuar a comandar o Executivo, é o presidente da Câmara quem assume o país.

> Para o parlamentar, a posição de presidente da Câmara lhe garante uma projeção política e pode lhe render cargos no Executivo no futuro.

> Além disso, o deputado ganha destaque na mídia e passa a ser conhecido nacionalmente.

Em meio a baixa popularidade e já de olho nas eleições de 2010, a Câmara dos Deputados entra 2009 envolta na campanha pela presidência da Casa. A decisão do nome de quem irá comandar a Câmara nos próximos dois anos sairá no dia 2 de fevereiro, quando os deputados federais voltam ao trabalho.

O favorito na disputa é o presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP). Mas a vitória do candidato não é tão certa desde o rompimento do acordo entre o seu partido e o PT no Senado. Pelo entendimento, as duas legendas se alternariam na presidência da Casa. Mas os senadores do PMDB afirmam que o acordo era da Câmara e a dúvida agora é se será Garibaldi Alves (RN) ou José Sarney (AP) o peemedebista que disputará a presidência com o senador do PT, Tião Viana (AC).

Além de Temer, também disputam a presidência da Câmara os deputados Ciro Nogueira (PP-PI), Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Osmar Serraglio (PMDB-PR), que lançou candidatura avulsa. Todos formam uma espécie de bloco contra o candidato oficial do PMDB. A intenção é levar a disputa para o segundo turno, o que tornaria a eleição mais apertada e poderia trazer algumas surpresas.

Em jogo está o poder de interferir na pauta política do país, ganhar visibilidade e ter uma aproximação ainda maior com o governo federal. "É uma corrida de prestígio", sentencia o professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB) Octaciano Nogueira.

Apesar do desentendimento entre o PMDB e o PT no Senado, o que parece ter contaminado a eleição na Câmara, Temer continua a ser o favorito na disputa pela presidência da Casa. Se o acordo com o PT se mantiver, Temer tem garantido o apoio de 12 partidos, o que lhe garante uma vitória com folga.

No entanto, até o dia da votação a situação ainda pode mudar. "Esse quadro ainda está indefinido. Podem ocorrer surpresas, como na eleição do Severino (Cavalcante, eleito presidente da Câmara em 2005 pelo baixo clero)", comenta Octiano Nogueira.

Já o cientista político da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Fabrício Tomio tem uma avaliação diferente do momento atual em comparação com a disputa de 2005. "Agora a situação é um pouco mais razoável. É possível que haja uma surpresa, mas eu diria que é pouco provável", avalia. Naquela ocasião, o PT tinha dois candidatos e não conseguiu unir a base, o que acabou resultando na eleição do pernambucano Severino Cavalcante.

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