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O vice-presidente da República Michel Temer foi até a Câmara dos Deputados para reunir-se com a bancada do PMDB, nesta quarta-feira, e reforçar a mensagem do governo sobre o salário mínimo de 545 reais.

Temer, que é presidente licenciado do PMDB, acredita que a proposta do governo para o mínimo será aprovada na Casa sem fragmentação da base aliada.

Ao chegar para a reunião, o vice disse que conversou com o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e que o deputado se mostrou confiante na posição da bancada a favor do projeto do governo, que vai a votação nesta quarta na Casa.

"(Henrique Eduardo Alves) disse que é muito provável que ultrapasse o número de sessenta e tantos votos do PMDB", afirmou o vice-presidente. Sobre uma possível dissidência na hora de votar, avaliou que haverá "pouquíssima". A bancada do partido na Câmara conta com 77 deputados.

Na avaliação do governo, que diz contar com apoio do PTB, do PP, do PCdoB, do PSB, do PR, do PMDB e do PT, a proposta será aprovada. O PDT, que tem entre seus deputados o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (SP), é o principal foco de resistência da base à proposta do governo no Congresso.

"Fragmentação (da base) eu não acredito, pode haver um ou outro voto contrário, mas não fragmentação da base", disse Temer.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também descartou a possibilidade de dissidência na hora de votar a proposta do governo.

"A posição do PMDB é justamente a de apoiar o projeto do governo, e as consultas feitas com as bancadas pelas lideranças indicam que o partido vai votar quase na sua totalidade nessa direção, de 545 reais", afirmou Sarney a jornalistas.

Segundo Sarney, qualquer não participação do PMDB "significa que estamos contra o nosso vice".

O governo alega que não pode arcar com o impacto de um mínimo acima do valor proposto. A elevação do mínimo para 545 reais, frente aos 510 reais em vigor no ano passado, obedece a regra acertada com as centrais sindicais no governo Lula, segundo a qual o aumento do salário seria feito pela reposição da inflação do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Oposição e centrais sindicais defendem 560 reais.

"O governo fez todos os cálculos e, na verdade, não pode ultrapassar os 545 reais", afirmou o vice-presidente. Temer lembrou que em 2012 o ganho será maior. "No ano que vem, deve ser em torno 615 reais, portanto, um aumento substancioso", disse Temer.

Sarney também descartou a possibilidade de haver mais dificuldade de aprovação na Câmara do que no Senado por causa da disputa por cargos no segundo escalão.

"A bancada na Câmara acho que já está consciente de que o partido deve se manter unido e cada vez mais mostrar que é um ponto de estabilidade do governo", afirmou Sarney.

"E hoje não somente estamos apoiando o governo como participando do governo. O vice-presidente é nosso", disse.

Na terça, o Executivo promoveu uma ofensiva em várias frentes para garantir a vitória ampla no primeiro teste da presidente Dilma Rousseff no Congresso. A articulação governista incluiu reuniões dos partidos de oposição com o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na comissão geral da Câmara.

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