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Atualizado às 19h

Onze pessoas morreram em conseqüência da forte chuva que paralisou a Região Metropolitana do Rio de Janeiro na noite de sexta-feira, dando um nó generalizado no trânsito que se estendeu até o início da madruga de sábado.

Seis das vítimas morreram afogadas no estacionamento de um shopping. As outras cinco vítimas são um jovem que morreu eletrocutado no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense; dois irmãos na Favela da Grota, sendo que um deles morreu eletrocutado e outro, afogado; uma idosa de 70 anos morta durante um soterramento e um homem, cujo corpo foi levado por um rio em São Gonçalo e depois localizado na Baía de Guanabara.

O prefeito do Rio, Cesar Maia, disse foi avisado da chuva às 17h de sexta-feira e que as equipes da Geo-Rio e Defesa Civil já estavam preparadas. O prefeito reconhece, no entanto, que o alarme não pode prever a intensidade de um temporal e o ponto exato da queda da chuva.

Apesar de a enxurrada ter atingido com força a cidade, Cesar salientou que as encostas resistiram bem e que a conseqüência mais trágica da chuva, a morte das seis pessoas no shopping, ocorreu num local privado.

No estacionamento subterrâneo do Penha Shopping, na zona da Leopoldina (veja imagens), morreram a camelô Maria Ivonete Miguel de Souza, de 51 anos; Maria Ângela da Silva Araújo, de 34 anos; Arnaldo Marcolino, de 56; Luiz dos Santos Souza, de 45; e o funcionário do estacionamento Cláudio Henrique Chaves Mourão, de 37, que completaria um mês de trabalho no próximo dia 2. Ainda faltava identificar um corpo até o fim da manhã deste sábado. ( Mais sobre a tragédia no Penha Shopping )

Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o segurança Rafael Gonçalves dos Santos, de 24 anos, morreu eletrocutado na sexta-feira e em Inhaúma, já na manhã deste sábado, uma casa desabou matando Iara de Oliveira Napoleão, de 70 anos.

Também em Inhaúma, bombeiros foram informados de que uma criança teria sido arrastada por um rio na avenida Itaoca, próximo ao Parque Everest. O corpo de Elias alves Cordeiro foi encontrado na manhã de sábado pelo Corpo de Bombeiros de São Gonçalo. Ele desaparecera ao cair num rio, na Rua Olindo Pereira, no bairro Neves, em São Gonçalo. O corpo foi encontrado na Baía de Guanabara, no local conhecido como Ilhas das Flores, às márgens da BR-101.

Segundo a Defesa Civil, somente em 1997 houve uma quantidade de chuva semelhante a de sexta-feira. Em Belford Roxo (Baixada Fluminense) durante duas horas choveu 88 milímetros, quando o histórico na região é de 110 milímetros durante um mês.

A Comlurb espera retirar lama, lixo e móveis das ruas do Rio até terça-feira. Segundo Antônio Fernando Cordeiro, coordenador de operações da companhia, o bairro de Bonsucesso, zona da Leopoldina, foi o que mais sofreu com o excesso de lama.

O temporal começou no fim da tarde. Foram mais de duas horas de chuva forte. Em pouco tempo a cidade estava engarrafada. Foram 36 quilômetros de trânsito parado. Várias ruas ficaram alagadas. Alguns enguiçaram. Até os ônibus tiveram dificuldade de atravessar pela água. Muitas pessoas tiveram que ficar em lojas e bares esperando a água baixar.

Também por causa do temporal, na noite de sexta-feira os aeroportos Tom Jobim e Santos Dumont foram fechados por duas horas, os trens deixaram de circular e o setor de emergência do Hospital Geral de Bonsucesso ficou alagado, impedindo o atendimento aos pacientes.

O Corpo de Bombeiros registrou 153 atendimentos até as 8h deste sábado. O secretário estadual de Defesa Civil, coronel Carlos Alberto de Carvalho, calcula que este número chegue ao dobro porque muitos atendimentos foram feitos no caminho das ocorrências e não chegaram a ser registrados no Centro de Operações.

Segundo a Defesa Civil estadual, o maior número de chamados foi de moradores da zona oeste, área mais castigada, onde várias ruas ficaram inundadas. Em Santa Cruz, o nível da água chegou a 1,5m em algumas casas. Em Paciência, um córrego que passa pela Rua Balatom transbordou e invadiu casas.

Cerca de 200 pessoas estão desalojadas em Bento Ribeiro por causa das chuvas. O maior estrago foi registrado nas ruas Rio Claro, Vila Nova e Divinópolis, onde uma casa desabou. A enchente ocorreu por causa de um rio que inundou nas proximidades.

Na Cidade do Samba, o sistema de calhas não suportou a chuva. Entrou água em alguns galpões. Na Portela, cerca de 200 pessoas correram para salvar as fantasias. O Sambódromo também ficou alagado e os ensaios técnicos de sexta-feira à noite foram cancelados.

De madrugada, um ônibus da linha 395, da empresa Oriental, caiu no canal em frente ao Hospital Albert Swheitzer, em Realengo. Segundo informações da empresa, o veículo perdeu o controle e imbicou para o canal. Houve pânico entre os passageiros, que conseguiram sair antes do veículo ser arrastado para dentro do canal. Não há informações de feridos. Também de madrugada, no Rio Comprido, um Cherokke caiu dentro do canal Paulo de Frontin. O dono do veículo conseguiu sair com muita dificuldade e passa bem.

Em Niterói, cerca de 50 carros estavam debaixo d'água na manhã deste sábado, dentro da garagem de um prédio na Rua São Januário, no Fonseca. O rio que divide ao meio a Alameda São Boaventura, principal eixo do bairro e uma das mais importantes vias de Niterói, que dá acesso à Rodovia Amaral Peiroxo, transbordou, dificultando o tráfego nos dois sentidos.

No Centro de Niterói, a Rua Visconde de Rio Branco foi alagada, principalmente em frente à estação das barcas e na altura do Plaza Shopping. As lojas Sendas e Leader, num centro comercial anexo, ficaram inundadas. Também houve alagamento em vários pontos de São Francisco.

De manhã, ainda havia muita lama na Avenida Presidente Roosevelt. Na Estrada da Cachoeira, uma grande rocha deslizou na pista sentido Largo da Batalha. A pedra partiu-se ao rolar e grandes pedaços de rocha foram parar do outro lado da estrada, destruindo uma calçada.

A Light informou que durante o temporal cerca de 100 mil consumidores ficaram sem luz em alguns municípios da Baixada, Nova Iguaçu, Queimados, Belford Roxo, São João de Meriti e Duque de Caxias. Houve falta de luz também nas zonas Norte e Oeste do Rio. Até as 22h, 50 mil consumidores ainda estavam sem luz. Quem estiver sem luz até agora, a Light recomenda ligar para o número 0800-210196.

E a Ampla, que fornece energia para outros municípios do estado do Rio de Janeiro informou que cerca de 3 mil consumidores ficaram sem luz nos municípios de Magé, São Gonçalo, Niterói, Maricá e Cabo Frio. A empresa está com cem equipes trabalhando e pede para quem ainda estiver com problemas que ligue para o 0800-2800120.

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