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 | Foto: Nelson Jr./SCO/STF/Fotos Públicas
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Relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki quer apurar o vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que teria citado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.

A divulgação do acordo de colaboração irritou o ministro, que levou ao procurador-geral, Rodrigo Janot, seu desconforto com ação. Teori avalia que a publicidade da delação pode fazer parte de uma operação para tumultuar o processo e prejudicar a homologação do acordo.

Advogados renunciam à defesa de Delcídio no Conselho de Ética

O ministro ainda estuda a forma como será apurado o vazamento. Segundo a reportagem apurou, Teori deve confirmar nos próximos dias a delação de Delcídio. O ministro estaria analisando as condições do acordo fechado entre o senador e a Procuradoria-Geral da República.

Além de Dilma e Lula, Delcídio citou vários políticos. De acordo com documentos divulgados pela revista “IstoÉ”, o senador revelou aos investigadores que o ex-presidente mandou subornar o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, em troca de seu silêncio.

O senador, afirma a revista, também diz que Dilma Rousseff tentou por três vezes interferir na Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Em uma delas, teria usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros, ao nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Em seu relato, Delcídio cita outros senadores e deputados, tanto da base aliada quando da oposição. O governo nega as acusações e tenta desqualificar Delcídio, apontando que ele age por vingança após ter ficado três meses presos, sob acusação de que tentou atrapalhar as investigações da Lava Jato.

O Instituto Lula também negou que o ex-presidente, que foi alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, tenha cometidos atos ilegais.

Advogados renunciam à defesa de Delcídio no Conselho de Ética do Senado

Os advogados de Delcídio Amaral no processo a que ele responde no Senado, Gilson Dipp e Luís Henrique Machado, protocolaram a renúncia da defesa do senador no Conselho de Ética nesta sexta-feira (4). “Já está protocolada no Conselho de Ética a renúncia irrevogável. Renunciei por motivo de foro íntimo”, afirmou Gilson Dipp à reportagem.

“Nós tínhamos uma estratégia de defesa que não tinha nada a ver com delação. Fomos surpreendidos pelos fatos trazidos pela imprensa. Portanto, a relação de confiança entre advogado e cliente foi quebrada”, afirma Luís Henrique Machado. Como adiantou o jornal O Estado de S. Paulo, Dipp, que coordena a defesa de Delcídio no Senado, não sabia da existência de uma delação premiada do senador e não foi notificado pelos advogados que respondem pela defesa do senador no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele demonstrou incômodo por receber a notícia pela imprensa.

Machado disse que não conversou com Delcídio sobre a delação. “Mas seria ingenuidade achar que os dados divulgados pela imprensa são factoides”, avaliou. Dipp também afirmou que, mesmo após a delação vir à tona, ele não foi procurado pela equipe de Delcídio. “Nunca me procuraram. Ninguém me procurou e não vão procurar.”

Gilson Dipp evitou falar sobre as implicações da delação na defesa de Delcídio. “Eu não quero falar porque, até pouco tempo, eu o defendia no Conselho de Ética. Aquela defesa no Senado está ultrapassada. Mas agora as consequências são outras, que também não me interessam”, afirmou Dipp.

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