A principal testemunha das investigações sobre o cartel dos trens e metrô, o ex-diretor da multinacional alemã Siemens Everton Rheinheimer, disse que tratou de pagamento de propina pessoalmente com o secretário de Desenvolvimento Econômico do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e deputado federal licenciado, Rodrigo Garcia (DEM). A informação foi divulgada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o jornal, a acusação de Rheinheimer foi feita em depoimento à Polícia Federal, em novembro. O ex-diretor da Siemens ainda teria dito que as negociações de propina envolveram um interlocutor do secretário estadual de Energia e deputado federal licenciado, José Aníbal (PSDB).
Rheinheimer assinou um acordo de delação premiada e colabora com as investigações sobre formação de um cartel de multinacionais para vencer licitações do metrô paulistano e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Segundo as investigações, há indícios de pagamento de suborno a políticos do PSDB e funcionários do metrô e da CPTM para ter vantagens nas licitações.
Outro lado
Garcia e Aníbal negam as acusações. À Folha de S.Paulo, o advogado de Garcia, Alexandre de Moraes, desqualificou o depoimento de Rheinheimer. "Nos 52 volumes do processo, o secretário Garcia é citado três vezes, duas em denúncias anônimas, em nenhuma delas com provas", afirmou ao jornal.
Já a assessoria de José Aníbal informou que ele "nunca viu ou havia ouvido falar de Rheinheimer" antes do início do escândalo. E disse que Aníbal jamais autorizou qualquer interlocutor a tratar com a Siemens sobre qualquer assunto.
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