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Um intenso tiroteio no início da tarde desta sexta-feira, na Favela da Grota, no Complexo do Alemão, assustou moradores e chegou a parar o trânsito na Estrada do Itararé. Duas pessoas morreram e quatro ficaram feridas. Além disso, dois bandidos foram presos.

O tiroteio começou logo depois que o carro blindado do Batalhão de Operações Especiais (Bope), conhecido como Caveirão, entrou na comunidade. Um toldo de uma casa foi queimado e foi derramado óleo na Rua Joaquim de Queroz, na entrada da favela, para evitar o acesso da polícia. Traficantes também fizeram disparos contra um helicóptero da polícia, mas ninguém ficou ferido. Todas as ruas de acesso ao Complexo do Alemão estão ocupadas pela polícia.

No final da tarde, o blindado enguiçou no alto da Rua Alvorada, um dos acessos da Favela da Grota. O veículo causou uma grande retensão no trânsito, que teve problemas para ser rebocado. Passageiros de um ônibus da Viação Fábio, que fazia a linha Duque de Caxias-Pilares, entraram em pânico enquanto aguardavam a liberação da pista depois de ouvirem tiros vindos do morro. Muitos passageiros deitaram no chão do coletivo, entre eles uma mãe agarrada aos seus dois filhos. Logo em seguida, vários passageiros abandonaram o veículo e buscaram proteção.

Um homem, que de acordo com a polícia seria um traficante, morreu. Ele chegou a ser levado para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimento. Além dele, Wilson Félix Pereira, de 65 anos, morador da Favela da Grota também morreu. Ele foi atingido por uma bala perdida quando estava na laje de casa. Ele chegou a ser levado para o PAM de Ramos, mas não resistiu. Nesta quinta-feira, a primeira morte por bala perdida desde o início dos confrontos foi registrada .

Entre os feridos está um adolescente. Franklin de Souza Azevedo, de 16 anos, estava ajudando na obra de sua casa, na Favela Nova Brasília, quando foi baleado. Outra vítima que foi identificada foi José Alexandre da Silva, de 56 anos, que trabalha na Associação de Moradores e vive na localidade conhecida como Merendiba. Com isso sobe para 13 o número de mortos e 40 o número de vítimas de balas perdidas durante os confrontos no Complexo do Alemão.

Esse é o décimo dia de ocupação policial no Complexo do Alemão, na Penha. A ocupação, que antes era só na Vila Cruzeiro, se estendeu nesta quinta-feira para todas as favelas do Conjunto do Alemão, que contém 17 comunidades.

Em entrevista ao telejornal RJTV, da TV Globo, nesta sexta-feira, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ubiratan Ângelo, voltou a afirmar que não há previsão para o fim da ocupação no Complexo do Alemão. Ele disse ainda que a polícia sabe quem são os bandidos acusados de ter asssassinado os dois PMs em Oswaldo Cruz, no dia primeiro de maio. O coronel afirmou ainda que tem certeza que os suspeitos estão na Vila Cruzeiro.

Nesta quinta, o comércio abriu na Vila Cruzeiro, mas as escolas públicas continuaram fechadas. Os moradores reclamam de entulho e lixo acumulados porque a Comlurb não faz o serviço de limpeza urbana na parte alta da favela desde que começaram os conflitos, em 2 de maio. A PM segue firme na postura de não deixar a comunidade enquanto não prender os assassinos de dois policiais militares em Oswaldo Cruz.

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