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O doleiro Antonio Oliveira Claramunt - o Toninho da Barcelona - depõe nesta terça-feira, a partir das 11h, na CPI dos Bingos. Na quarta-feira, no mesmo horário, será a vez do ex-deputado Carlos Rodrigues - ele renunciou ao mandato de deputado federal na última segunda-feira - e de Jorge Luiz Dias, servidor da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na última reunião da semana, na quinta-feira, a CPI ouve o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

Toninho da Barcelona está preso no interior do estado de São Paulo por evasão de divisas, entre outros crimes. O ex-deputado pelo PL do Rio de Janeiro Carlos Rodrigues foi acusado pela deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ), em depoimento à CPI, de ser o chefe de todo o esquema de corrupção ligado a jogos de bingo no estado.

Carlos Rodrigues, ex-bispo Rodrigues da Igreja Universal do Reino de Deus, também foi acusado pela deputada de ser o criador de uma versão do mensalão na Assembléia Legislativa do Rio. Ela garantiu que todos os parlamentares eram obrigados a dar uma mesada ao então bispo. Segundo a deputada, os que não colaboravam sofriam represálias políticas "ou eram mortos, a exemplo do deputado Valdeci Paiva de Jesus, assassinado a mando do bispo Rodrigues".

Foi Cidinha Campos quem alertou também a CPI sobre o fato de Jorge Luiz Dias, funcionário da Assembléia Legislativa do Rio, ter cópias dos cheques que comprovam o envolvimento do ex-bispo Rodrigues e de Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República, em esquema de recebimento de propina da Loterj e de casas de bingo. A movimentação de dinheiro chegou, em 2002, a cerca de R$ 1 milhão por mês.

O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh vai depor na CPI sobre as circunstâncias da morte do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002. Na época, Greenhalgh foi indicado pelo PT para, como advogado, acompanhar as investigações.

A CPI dos Bingos, presidida pelo senador Efraim Morais (PFL-PB), já quebrou sigilos bancário, fiscal e telefônico de mais de 60 pessoas ou empresas supostamente envolvidas em esquemas de corrupção. Na reunião da última quinta-feira (15), foi aprovado requerimento do senador Geraldo Mesquita Júnior (PSOL-AC), solicitando a quebra dos três sigilos de Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Em depoimento à CPI, Dourado disse desconhecer que a empresa Leão&Leão pagava propina mensal de R$ 50 mil à prefeitura de Ribeirão Preto (SP) no período em que Palocci era prefeito do município (2001 a 2002). Na época, Dourado trabalhava na prefeitura.

Também na quinta-feira, a CPI aprovou requerimento do senador Romeu Tuma (PFL-SP), solicitando cópias dos contratos firmados entre as prefeituras de São Paulo, Ribeirão Preto, Piracicaba e Santo André com as seguintes empresas ENOB Ambiental; SPL Construtora e Pavimentadora; Veja Engenharia Ambiental; SP Limpeza Urbana; Rotedali; Qualix, LOT Operações Técnicas; Logística Ambiental de São Paulo; Heleno e Fonseca Construtécnica; e Cliba. O requerimento de Tuma também pede a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de todas essas empresas.

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