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O doleiro Alberto Youssef disse nesta terça-feira (31) na Justiça Federal de Curitiba que a empresa Toshiba realizou dois pagamentos de aproximadamente R$ 400 mil ao Partido dos Trabalhadores através do tesoureiro do partido João Vaccari Neto. A afirmação foi feita pelo doleiro durante o seu novo interrogatório referente à ação penal que trata da evasão de divisas utilizando a empresa Labogen, que pertencia a Leonardo Meirelles.

O suborno, de acordo com depoimento anterior do doleiro, teria resultado de um contrato que a Toshiba fechou com a Petrobras em 2009 para executar obras no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), no valor de R$ 117 milhões.

Segundo ele, a operação foi feita utilizando uma das empresas do laranja Waldomiro Oliveira. “Eu cheguei a usar uma das empresas do seu Waldomiro para fazer uma operação para a Toshiba, onde eu pude pagar não só o PP e o Paulo Roberto Costa, mas também pagar o PT”, disse Youssef ao juiz federal Sérgio Moro. “Foram dois valores de R$ 400 mil que foram entregues a mando da Toshiba para o tesoureiro do PT João Vaccari”, completa.

Para lavar dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras, Youssef utilizava as empresas RCI, Empreiteira Rigidez e MO Consultoria, que pertenciam a Waldomiro Oliveira, além da GFD Investimentos, que estava em seu próprio nome.

Segundo o doleiro, o primeiro pagamento da Toshiba foi feito por ele mesmo à cunhada de Vaccari em seu escritório – cujo nome não foi revelado na audiência. Já o segundo pagamento foi feito pelo seu funcionário, Rafael Ângulo Lopes, e o dinheiro foi entregue na porta do Diretório Nacional do PT a um funcionário da Toshiba, identificado apenas como Piva.

Youssef foi interrogado novamente nesta terça-feira (31) a pedido de sua defesa, já que em seu primeiro interrogatório no caso ele permaneceu calado porque ainda não tinha firmado acordo de delação premiada.

Outro lado

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com os diretórios nacionais do PT e do PP, mas até o fechamento dessa edição ninguém quis se manifestar sobre o assunto. A assessoria de imprensa da Toshiba também não respondeu à solicitação de posicionamento. A reportagem também tentou entrar em contato com o advogado de João Vaccari Neto, Luiz Flávio D’Urso, mas ele não respondeu aos pedidos de entrevista.

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