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No fim da tarde desta quarta-feira uma invasão de traficantes de uma facção rival àquela que comanda o tráfico de drogas na Rocinha deixou em pânico moradores da favela e da Gávea, ruas às escuras e uma criança de 12 anos morta.

O secretário de Segurança, Marcelo Itagiba, deixou a favela no início da madrugada desta quinta-feira. Itagiba permaneceu no local por cerca de 20 minutos, a fim de verificar a situação. A polícia está na periferia da favela.

Além do jovem morto, a guerra do tráfico na Rocinha teria deixado mais seis feridos, ainda não identificados. Entre eles quatro foram baleados. Uma mulher foi agredida a coronhada por um dos traficantes invasores e um rapaz foi atropelado por um carro, quando tentava escapar do tiroteio. Oficialmente, a polícia não confirmou o número de feridos.

O tiroteio entre as duas quadrilhas começou por volta das 18h, quando pelo menos 40 bandidos, todos vestidos de preto, com uniformes semelhantes ao do Bope, chegaram à Rocinha, divididos em quatro vans. Eles entraram pela Via Ápia, pela Marquês de São Vicente e pela mata. Os bandidos jogaram quatro granadas, dispararam contra os transformadores de energia e deram início a uma troca de tiros que durou, com pequenos intervalos, pelo menos três horas.

Quando os criminosos chegaram à Rocinha, moradores que estavam voltando do trabalho não conseguiram voltar para casa. Pelo menos 200 pessoas, entre elas muitas crianças com uniforme da escola, ficaram na Estrada da Gávea, na esquina da Rua Cedro, um dos acessos ao morro, esperando a situação acalmar. Técnicos da Light não puderam entrar na favela para fazer os reparos nos transformadores depredados.

No início do confronto, motociclistas chegaram a voltar pela contra-mão pela Auto-Estrada Lagoa-Barra, mas o tráfego não foi interrompido no local porque os tiros estavam concentrados na parte alta do morro.

Segundo a Secretaria municipal de Saúde, um menino de 12 anos morreu após ser atingido no tórax durante o tiroteio. Ele foi levado para o Hospital Miguel Couto, mas não resistiu.

Por causa do tiroteio, a diretoria da Acadêmicos da Rocinha cancelou o ensaio técnico que faria a partir das 20h, na praia do Pepino.

O secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, divulgou nota em que afirma que "os fatos ocorridos na Rocinha são o reflexo de uma briga de quadrilhas pelos pontos de venda drogas na cidade e a polícia interveio, mais uma vez, para reprimi-las".

O secretário disse também que "é hora de dar um basta; ou a sociedade se une ao Estado nesse combate, ou o Brasil, em função da inexistência de uma política de segurança pública nacional, se tornará refém das drogas e poderá se tornar uma Colômbia".

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