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Richa, Rossoni, Ratinho e Traiano: peças fundamentais na disputa pela Assembleia Legislativa | Antonio Costa/SECS
Richa, Rossoni, Ratinho e Traiano: peças fundamentais na disputa pela Assembleia Legislativa| Foto: Antonio Costa/SECS

Tucano aposta em desistência de adversário

Confiante de que será o próximo presidente da Assembleia e dizendo que nada o faria desistir desse objetivo, Ademar Traiano acredita que, com o apoio que recebeu do PMDB, não haveria como Ratinho Jr. preencher as nove vagas da chapa para a Mesa Diretora. O tucano afirmou que pretende conversar com o adversário na semana que vem para tentar "construir um entendimento". "Farei de tudo pela unidade. Respeito o Ratinho e não tenho nenhum interesse em bater chapa com ele", declarou. "Mesmo porque ele tem um espaço assegurado no governo [como secretário]."

Ratinho afirmou que, por sua experiência, a decisão sobre as chapas vai se prolongar até o último dia antes da eleição. Ele diz que sua candidatura vem sendo bem recebida pelos deputados, até pelo fato de também ser da base de Richa. Questionado se poderia desistir, o parlamentar foi evasivo. "Só se, lá na frente, eu não tiver os votos nem do meu time. Não é um jogo de vontade própria."

Faltando mais de dois meses para a eleição que vai escolher o próximo presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, os deputados mais experientes vêm traçando teorias sobre o que pode definir o vencedor na disputa marcada para fevereiro. De um lado, Ademar Traiano (PSDB) conta com os contatos estabelecidos durante quatro anos de liderança do governo na Casa e a esperança dos parlamentares de que ele seja mais aberto ao diálogo, ao contrário do atual presidente, Valdir Rossoni (PSDB). Já Ratinho Jr. (PSC) tem como trunfos a maior bancada do Legislativo estadual, com doze deputados, e o apoio incondicional – e considerado fundamental, sobretudo na região metropolitana de Curitiba – que deu ao governador Beto Richa (PSDB) na última eleição.

Aparentemente à frente na corrida pela presidência, Traiano recebeu na última semana o importante apoio do PMDB, que será a segunda maior bancada, com oito parlamentares. Com isso, fechou quase metade dos nove cargos da Mesa Diretora, tendo Plauto Miró (DEM) na 1.ª secretaria e os peemedebistas Jonas Guimarães e Ademir Bier, respectivamente, na 1.º vice-presidência e na 2.ª secretaria.

Ratinho ficou cerca de 20 dias fora do circuito, em viagem após as eleições de outubro, e ainda não tem nenhum apoio declarado. A ausência foi considerada decisiva para que Traiano pudesse ganhar terreno na disputa. Dono de grande potencial de votos e de articulação, porém, o parlamentar do PSC segue procurando e sendo procurado por futuros colegas de Assembleia para debater o pleito de fevereiro.

Cartas na manga

Durante o primeiro mandato de Richa, Traiano foi o porta-voz dos pedidos e reclamações dos deputados no Palácio Iguaçu. Apesar de ter enfrentado alguns problemas, como o não pagamento das emendas parlamentares e a demora em atender a demandas de colegas por obras e recursos diante das dificuldades de caixa do estado, o saldo do tucano com os outros parlamentares pode ser considerado positivo.

Além disso, é quase unânime dentro da Assembleia que ele partilharia as decisões na Casa e valorizaria os deputados. Para muitos, Rossoni sempre tomou medidas de forma unilateral e não fazia nenhuma questão de ser agradável no dia a dia do Legislativo estadual.

"O Rossoni foi um bom presidente, mas não teve o desprendimento de ajudar os deputados em suas demandas. Já o Traiano sempre foi parceiro", argumenta um parlamentar.

O adversário do tucano, porém, foi o parlamentar mais votado da Casa e, na briga pela Presidência, já sairá com os 12 votos do PSC. Para conquistar outros votos, Ratinho poderá usar como moeda de troca o próprio apoio – e também o do pai, o apresentador Ratinho – a deputados que pretendam disputar prefeituras em 2016. Soma-se a isso o desejo dele de disputar o governo em 2018 e, portanto, a necessidade de se manter na vitrine até lá. A leitura é de que seria mais interessante ocupar o posto de presidente da Assembleia do que voltar ao secretariado de Richa.

"Sem contar que, com o apoio que ele e o pai deram ao Beto na reta final da campanha, duvido que o Beto diga não ao Ratinho se ele insistir em ser presidente da Assembleia", avalia outro parlamentar.

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