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Durante pouco mais de uma hora na manhã desta quarta-feira (17), a 16.ª Subdivisão Policial de Campo Mourão, Noroeste do Paraná, voltou a viver momentos de tensão e violência. Alguns presos tentaram se rebelar contra a transferência de dez presos para a Penitenciária de Maringá. A Polícia Militar foi acionada e rapidamente retomou o controle da cadeia. Por pouco uma nova rebelião não começou no presídio.

Por volta das 11h, a PM iniciava os procedimentos para a transferência de presos para Maringá. Esta era uma das reivindicações dos 140 detentos durante a rebelião de domingo (14). A cadeia está com o dobro da sua capacidade. O juiz corregedor Juliano Manica determinou no fim da tarde de terça a transferência dos dez presos. Logo pela manhã, nove deles aceitaram ser transferidos pacificamente. Apenas um deles, Rodrigo Antônio Olegário, um dos líderes do último motim, se negou a deixar a cadeia. Ele tentou se esconder em meio a outros presos que acabaram atacando os policiais.

A Polícia Militar recebeu um reforço da Companhia de Choque e, após uma hora e meia a confusão foi controlada e o preso, transferido. De acordo com o superintendente do presídio, Job de Freitas, o bandido que iniciou a confusão é de alta periculosidade e já estava condenado a 13 anos e meio de prisão. "Ele responde por roubo e porte ilegal de arma. É um indivíduo perigoso que, por pouco, não matou um policial e causou uma nova rebelião na cadeia", complementa Freitas.

Mesmo com a revista feita pelos policiais na terça em todo o presídio, na manhã desta quarta-feira eles já estavam armados. "Eles quebram as camas e arrancam os pés, o que acaba se transformando em uma arma", finaliza o superintendente. Durante a tarde, a tranqüilidade retornou a 16.ª Subdivisão Policial da cidade. As obras e reparos na cadeia prosseguem normalmente.

Seis reféns

No domingo (14), seis pessoas foram feitas reféns na Cadeia Pública de Campo Mourão, em mais uma rebelião ligada à onda de violência que atingiu os presídios e cadeias no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Às 21h30 de domingo, os 140 detentos tomaram o controle do local. O motim foi violento. Os presos amarram dois reféns em colchões e ameaçam jogá-los contra o fogo caso a polícia não libertasse alguns presos de São Paulo. Os rebelados se identificaram como do Primeiro Comando da Capital (PCC), que esteve por trás dos principais atos de violência registrados na capital paulista desde a madrugada de sábado (13).

Depois de 16 horas de negociação, polícia e detentos da cadeia chegaram a um acordo e puseram fim à rebelião. O motim na cadeia foi controlado por volta de 14h30 de segunda-feira. Dos seis reféns, dois ficaram feridos. Ninguém morreu durante o motim.

Outros presídios do estado

Em apenas quatro dias foram oito rebeliões no Paraná desde o início da onda de violência que atinge, principalmente, a cidade de São Paulo desde o fim de semana. Na manhã desta quarta-feira, uma rebelião teve início na Cadeia Pública Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, região dos Campos Gerais. O motim foi controlado por volta de 9h, depois de quase quatro horas de tensão. Cerca de 250 presos se rebelaram após uma tentativa frustrada de fuga. A cadeia tem capacidade para 112 presos, mas no momento comportava 260.

Na terça-feira, um grupo de 31 presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, se rebelou e manteve durante cinco horas o agente penitenciário Rafael Leal como refém. Depois de cerca de cinco horas de negociação o agente não sofreu nenhum tipo de ferimento, mas três presos ficaram levemente feridos.

Dentre todas as rebeliões, o caso mais grave no Paraná aconteceu na Cadeia Pública Laudemir Neves, em Foz do Iguaçu, na região Oeste. Mais da metade dos presos fizeram seis reféns, entre eles um carcereiro. Além de Foz e Ponta Grossa, ocorreram rebeliões em Umuarama, Campo Mourão, Toledo, Cascavel e Assis Chateaubriand.

Saiba como foram as outras rebeliões em cadeias do Paraná

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