A Polícia Federal (PF) ainda busca cumprir seis mandados de prisão da Operação Carcará, deflagrada na quarta-feira em 20 municípios da Bahia. Quarenta pessoas foram presas, entre elas, sete prefeitos. De acordo com a corporação, 33 delas foram encaminhadas para a Cadeia Pública, no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, onde permanecem à disposição da Justiça. Apenas os prefeitos estão na carceragem da PF.
A Justiça já determinou o sequestro dos bens e o bloqueio das contas bancárias de todos os investigados. A maioria dos acusados é formada por servidores públicos. O esquema envolvia fraudes em licitações e desvios de verbas de merendas escolares, compra de medicamentos e execução de obras públicas.
Auditorias realizadas pela Controladoria Geral da União (CGU) conseguiram comprovar prejuízos estimados em R$ 65 milhões aos cofres públicos, mas a PF acredita que o volume desviado pode ser muito maior, em torno de R$ 300 milhões.
Conforme o delegado Cristiano Sampaio, a polícia focou a sua ação nos prefeitos com a materialidade do crime comprovada. Mas é possível que nas demais prefeituras onde foram constatadas irregularidades os prefeitos também tenham algum envolvimento no esquema, o que ainda precisa ser confirmado. "Com toda certeza, os outros treze prefeitos dos municípios investigados serão, ao menos, intimados a prestar depoimentos", disse.
As investigações apontaram o empresário Edison dos Santos Cruz como líder do esquema, que tinha como sede a cidade de Itatim. Por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a Polícia Federal descobriu a extensão das fraudes, denunciadas, inicialmente, como ocorrência apenas no município de Itatim.



