
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) cassou ontem o mandato do deputado estadual Mauro Moraes (PSDB) por infidelidade partidária. Moraes saiu do PMDB em 2009 quando se filicou ao PSDB e o partido pediu na Justiça o mandato. O político prometeu recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília para tentar se manter no cargo. A mesa da Assembleia Legislativa deverá ser comunicada hoje da decisão judicial. A vaga de Mauro Moraes será ocupada pelo suplente Rafael Greca (PMDB), ex-prefeito de Curitiba, que pediu exoneração da presidência da Cohapar no último dia 31.
O presidente do PMDB do Paraná, deputado Waldyr Pugliesi, disse que estava feliz com o resultado do julgamento porque sempre defendeu que o mandato pertence ao partido e não ao eleito. "A cassação comprova que não houve nenhum tipo de perseguição política do partido ao deputado", declarou Pugliesi. Um dos argumentos de Mauro Moraes na sua defesa é que teria sido perseguido pela cúpula estadual do PMDB, que o substituiu da presidência da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa por fazer duras críticas ao governo na área.
Segundo Mauro Moraes, foi enviado à Justiça Eleitoral um pedido de saída do PMDB por justa causa. Ele afirmou que apressou a desfiliação do antigo partido por conta do prazo de filiação para as eleições deste ano. "Eu anexei no processo declarações de deputados falando que eu ficaria sem legenda por causa da demora no julgamento. A Direção Nacional do PMDB falou que quem quisesse sair do partido, que não temesse, pois não entraria na Justiça. Foi só aqui que aconteceu isso", lamentou o ex-peemedebista.
Moraes ainda argumentou que a defesa dele teria sido cerceada no julgamento do processo por infidelidade partidária. "O advogado do partido [PSDB] pediu adiamento, mas não foi atendido", afimou. "Segunda-feira, estaremos eu e meus advogados em Brasília para tentar conseguir manter meu mandato", completou.
O suplente do deputado, Rafael Greca, informou que está pronto para assumir a vaga. "Vou assumir pelos votos recebidos principalmente de curitibanos. Entro num dia simbólico em que estudantes derrubaram portões por mais transparência. Eu também derrubei portões. Foi em 1988, pela educação", afirmou Greca, que não confirmou sua candidatura para as eleições de outubro.
Outros cassados
Outros dois deputados estaduais dessa legislatura já perderam o cargo na Justiça. Carlos Simões (PTB) e Geraldo Cartário (PSL) foram cassados definitivamente no ano passado pelo TSE por abuso do poder econômico. No lugar deles, assumiram, respectivamente, Neivo Beraldin (PDT) e Ademir Bier (PMDB).



