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Carlos Simões: cadeiras de rodas e óculos doadas a eleitores levaram à cassação do mandato. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Carlos Simões: cadeiras de rodas e óculos doadas a eleitores levaram à cassação do mandato.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Os sete juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiram ontem, por unanimidade, pela cassação do mandato do deputado estadual Carlos Simões (PTB). Ele é acusado de crime de abuso do poder econômico e uso irregular de meios de comunicação.

Carlos Simões teria usado seu escritório político de Curitiba, chamado de "Casa do Povo", para a distribuição de medicamentos, cadeiras de rodas, dentaduras e muletas em troca de votos para se eleger deputado em 2006.

O processo teve início naquele ano, quando a Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão na Casa do Povo, na Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba, recolhendo documentos e objetos que seriam doados.

A Casa do Povo era uma espécie de escritório político para atender eleitores e ouvintes dos programas de rádio apresentados pelo deputado estadual Carlos Simões (PTB) e pelo irmão, o ex- deputado federal Íris Simões (PTB).

Por determinação do TRE na época, o local foi lacrado. O tribunal expediu mandado acolhendo um pedido do Ministério Público, em investigação de suposto abuso de poder econômico envolvendo os dois deputados.

Desde 2006, Carlos Simões vem travando uma disputa judicial para garantir o direito de cumprir seu mandato. Na época, os juízes do TRE condenaram, por unanimidade, o deputado a três anos de inelegibilidade, mas o julgamento não impediu a posse em um novo mandato, que teve início em 2007, porque Simões entrou com recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na última eleição municipal, Carlos Simões teve mais uma queda de braço com a Justiça. O Ministério Público Eleitoral (MPE) emitiu parecer favorável à sua cassação, mas por outra razão. Ele foi acusado de contrariar a regra da fidelidade partidária.

Simões era pré-candidato à prefeitura de Curitiba e estava sendo cotado para ser o vice na chapa do candidato do PMDB, o ex-reitor da UFPR Carlos Moreira. Mas acabou não disputando a eleição.

O deputado deve recorrer da decisão ao TSE. Ele pode permanecer no cargo. O parlamentar e o advogado foram procurados ontem pela reportagem para comentar a decisão, mas não foram localizados. De acordo com a assessoria de imprensa do TRE, o acórdão sobre a cassação deve ser divulgado ainda nesta semana.

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