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André Vargas, Leopoldo Meyer e André Zacharow participaram da primeira reunião da bancada do Paraná  neste ano | Wenderson Araújo/Gazeta do Povo
André Vargas, Leopoldo Meyer e André Zacharow participaram da primeira reunião da bancada do Paraná neste ano| Foto: Wenderson Araújo/Gazeta do Povo

Três deputados federais manifestaram interesse em assumir a coordenação da bancada paranaense no Congresso Nacional. A escolha será realizada em uma reunião marcada para o dia 16 de março. Os candidatos precisam se inscrever até a véspera e se houver mais de um nome oficializado ocorrerá eleição por voto secreto.

Os pré-candidatos são André Vargas (PT), Dilceu Sperafico (PP) e Fernando Giacobo (PR). Apesar de o cargo ser informal, o coordenador é responsável pela apresentação e acompanhamento das emendas coletivas. Além disso, faz a interlocução institucional entre os parlamentares e os governos do estado e federal.

Levantamento apresentado ontem pelo atual coordenador, Alex Canziani (PTB), durante a primeira reunião da bancada nesta legislatura mostra que na formulação dos últimos cinco orçamentos da União o estado nunca superou o 12.º lugar no ranking de aprovação de emendas coletivas. Em 2007 ficou em 22.º, em 2008 e 2010, em 13.º, e em 2009 e 2011, em 12.º. Normalmente, a distribuição dos recursos é reflexo do tamanho das bancadas – o Paraná, contudo, tem a sexta maior bancada, com 30 deputados e 3 senadores.

"O próximo coordenador precisa trabalhar com uma meta de ficarmos pelo menos entre 5.º e 8.º nesse ranking", disse Canziani. As três maiores bancadas, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, por exemplo, revezam-se nas três primeiras posições nos últimos dois anos. A situação do estado piora quando a comparação é referente ao empenho [autorização de gasto] das emendas por parte do Poder Executivo – em 2009, o volume de empenhos para os gaúchos, que têm apenas um congressista a mais, foi 15 vezes maior do que para os paranaenses.

A reunião de ontem contou com a participação de 18 deputados. Envolvidos com a votação do reajuste do salário mínimo, nenhum dos senadores compareceu. Além da definição da data para a escolha do novo coordenador, eles decidiram que haverá um rodízio obrigatório a cada ano.

Também começaram a definir algumas estratégias para aumentar o repasse de recursos para o estado. Segundo vice-presidente da Comissão Mista do Orçamento deste ano, Eduardo Sciarra (DEM) disse que é preciso ser mais cuidadoso com as propostas apresentadas. "Não dá para querer colocar obra estruturante que não tem projeto pronto", afirmou.

As 20 emendas coletivas apresentadas para 2011 e aprovadas pela comissão somam R$ 336 milhões. Só uma delas, que tratava da implantação de projetos de inclusão digital no estado e previa R$ 30 milhões, foi totalmente vetada pelo corte de R$ 50 bilhões no orçamento anunciado há duas semanas pelo governo. Outras propostas, porém, sofrerão contingenciamento (bloqueio de repasses, que podem voltar a ocorrer ao longo do ano).

"Temos que focar a atenção em obras de infraestrutura, em estradas, é nisso que a Dilma vai insistir nos próximos anos", avaliou o pré-candidato André Vargas. Na mesma linha, Fernando Giacobo disse que é uma boa opção para o cargo porque tem boa relação com o colega de partido e ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Já Dilceu Sperafico declarou que o futuro coordenado precisa ter bom trânsito tanto no governo federal quanto no estadual – o partido dele, PP, integra as duas gestões.

De fora da disputa, André Zacha­­­row (PMDB) lamentou que o debate esteja focado apenas nas emendas. "Precisamos parar um pouco e pensar na nossa verdadeira função aqui. Estamos cumprindo um papel cartorial de buscar recursos ou realmente representando os interesses do nosso estado?"

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