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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O Ministério Público recomendou, nesta terça-feira (23), que os supermercados de Uberaba (MG) retirem três marcas de leite longa vida das prateleiras. A orientação tem caráter preventivo e se baseia na informação da Polícia Federal de que oproduto era fornecido pelas cooperativas mineiras Coopervale e Casmil, suspeitas de adulterar o produto com substâncias nocivas à saúde.

Durante a Operação Ouro Branco, realizada pela Polícia Federal na segunda-feira (22), em Uberaba e Passos (MG) foram detidas 27 pessoas, parte delas já foi liberada.

A PF investigava havia três anos denúncias de adulteração do leite com a adição de produtos químicos, como água oxigenada, soro e até soda cáustica. A polícia descobriu que um químico de São Paulo desenvolveu uma forma de adulterar o leite, sem deixar vestígios, e vendeu a técnica para várias cooperativas do país.

Segundo o delegado federal de Uberaba, Davidson Chagas, foram encontrados problemas em três marcas de leite até agora. "Nas marcas Parmalat, Calu e Centenário já encontramos diferenças no aspecto, que tornam o produto impróprio."

De acordo com Chagas, a análise será estendida a todas as marcas comercializadas no país. Ainda não foram identificadas todas as empresas que adquiriram leite das cooperativas suspeitas de adulterar o produto.

"Apreendemos documentos e os peritos estão analisando o material para saber quem eram esses compradores. Vamos fazer o mapeamento do leite em todo o país."

Minas Gerais produz um terço de todo o leite consumido no Brasil e os produtores do estado estão preocupados com a má repercussão do caso.

O "Jornal Hoje" noticiou nesta terça-feira que, em Uberaba, os funcionários da Coopervale voltaram ao trabalho. O interventor disse que não houve mudança na rotina. Dois tanques com 700 mil litros de leite continuam lacrados.

Empresas

Em comunicado oficial, a Parmalat disse que "não adquire produtos processados, envasados ou embalados nas fábricas da Casmil e da Coopervale, citadas na Operação Ouro Branco, mas apenas leite cru dos produtores destas cooperativas".

Também destacou seu "rigoroso processo de avaliação da qualidade do leite cru" e afirmou que "rejeita em suas unidades qualquer carga de leite que contenha produtos nocivos à saúde do consumidor ou alheios à composição natural do leite".

Com relação às informações veiculadas na mídia sobre práticas industriais de algumas cooperativas do sul de Minas no segmento de leite, a Parmalat Brasil esclarece que:

"A Parmalat Brasil compra e recebe, diariamente, um volume superior a 2 milhões de litros de leite cru de mais de 5 mil produtores e cooperativas de todo o país, de acordo com as especificações físico-químicas da Normativa 51 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento."

A Cooperativa Agropecuária Ltda., de Uberlândia (Calu) afirmou, em nota, que "não tem nenhum vínculo comercial com as cooperativas envolvidas na suposta denúncia de adulteração de leite em Minas Gerais".

A assessoria de imprensa da cooperativa disse não ter recebido nenhuma informação oficial sobre problemas com seus produtos, mas que fará uma "avaliação detalhada do caso, apurando responsabilidades para tomar as providências necessárias".

O fabricante da marca Centenário não foi localizada pela reportagem.

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