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O Rio amanheceu nesta quarta-feira sem nenhuma tropa do Exército nas ruas. Depois de recuperar os dez fuzis e a pistola roubados no último dia 3 do Estabelecimento Central de Transporte (ECT), em São Cristóvão, os 1.600 homens destacados para a missão deixaram as comunidades. Mas o Exército pode voltar às ruas a qualquer momento para investigações ou mesmo para combater a violência. Isso se houver um pedido do governo do Estado, como sugeriu o vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar.

Em entrevista na manhã desta quarta à Rádio CBN, o relações-públicas do Comando Militar do Leste, coronel Fernando Lemos, negou que o Exército tenha feito acordo com traficantes para a devolução das armas. O coronel Lemos explicou que o tráfico vinha tendo prejuízo com as ações das Forças Armadas e por isso os dez fuzis e a pistola apareceram.

- Não negociamos com traficantes ou bandidos. O que ocorre é que o tráfico, com as nossas ações, teve um prejuízo enorme. Eles preferiram entregar o armamento a perder, a ter prejuízo. Isso é a razão, é a realidade - afirmou.

Em entrevista coletiva na sede do CML, o secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, se esquivou de detalhar como o Exército e a polícia chegaram às armas:

- Vou preservar a minha fonte, porque este é um trabalho de inteligência e a investigação não chegou ao fim - disse.

Ocupação na Rocinha

Os dez fuzis calibre 7,62 e a pistola 9mm foram deixados numa trilha na mata, perto do prédio abandonado de um hotel, conhecido como Esqueleto, na Estrada das Canoas, em São Conrado. De acordo com as primeiras investigações, as armas estavam com a numeração raspada, o que facilitaria a circulação irregular do armamento. Segundo um oficial, as armas teriam sido jogadas por bandidos do Borel para incriminar a quadrilha da Rocinha, ligada a uma facção rival. Segundo a mesma fonte, um informante do Exército indicou o local onde as armas foram deixadas.

O general Hélio Chagas de Macedo Junior, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste (CML), e o secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, garantiram que as operações do Exército vão continuar, de forma pontual, até que os responsáveis pelo roubo sejam presos.

Na primeira fase da operação, o Exército montou a Operação Asfixia, ocupando diferentes comunidades do Rio. Num segundo momento, as tropas foram retiradas das favelas para fazer operações pontuais, de inteligência, com base em informações e investigações, o que dava mais mobilidade às tropas. Já no segundo dia da nova estratégia, a operação deu resultado, com a localização das armas.

Na terça-feira, os militares ocuparam a favela da Rocinha durante sete horas. Traficantes chegaram a zombar da ação do Exército depois que militares jogaram de helicóptero panfletos explicando a presença na comunidade e pedindo apoio à população. No mesmo dia, as tropas fizeram operação também na favela Curral das Éguas, em Magalhães Bastos, perto da Vila Militar, na Zona Oeste da cidade.

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