O ministro Herman Benjamin, relator das ações que podem levar à cassação do mandato do presidente Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que seja feita uma acareação entre três executivos ligados à Odebrecht: Marcelo Odebrecht, Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo Filho. Eles já prestaram depoimentos, mas agora estarão juntos na mesma audiência, marcada para às 16h da próxima sexta-feira (10).
Na semana passada, Marcelo Odebrecht, que está preso em Curitiba em razão da Operação Lava Jato, afirmou que 80% do doado à campanha foi caixa dois. Ele também disse que não tratou de valores de doações ou propina com Temer. Segundo ele, a negociação com o PMDB foi feita por meio do ministro licenciado da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo Filho prestaram depoimento na última segunda-feira (6), no próprio TSE. Ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho confirmou que participou de um jantar com o presidente Michel Temer, em 2014, no qual o peemedebista pediu à construtora apoio financeiro para as campanhas do partido nas eleições daquele ano. Mas também disse que Temer usou a expressão “apoio financeiro” e que não foi definido diretamente com ele quanto seria repassado.
Auxílio
Também nesta semana, o ministro Herman Benjamin pediu a colaboração do juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba, para que compartilhe com a Corte Eleitoral provas e outros documentos da operação que tenham relação com “ocorrência de eventual abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014”.
A decisão é de segunda e foi tornada pública nesta terça-feira. A medida ocorre após serem ouvidos cinco delatores da Odebrecht, incluindo o ex-presidente Marcelo Odebrecht, que detalharam os pagamentos ilícitos da empreiteira por meio do “departamento de propinas” e que teria abastecido várias campanhas eleitorais em 2014.
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