Tucanos de Curitiba defendem candidatura própria ao governo

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Enquanto deputados estaduais do PSDB defendem uma aliança no primeiro turno das eleições de 2006, a base do partido na capital aponta em direção oposta. Os vereadores defendem o lançamento de um candidato tucano puro-sangue para o governo do estado.

A tese de ter um candidato próprio é reforçada pelo desempenho que o partido vem tendo na condução da crise provocada pelas denúncias contra o governo Lula. "Hoje, os tucanos aparecem como principal alternativa para suceder o governo petista", opina o presidente do diretório municipal do PSDB em Curitiba, João Cláudio Derosso. "No Paraná, o PSDB também aparece com chances de ir para o segundo turno e vencer a eleição majoritária no próximo ano", comenta a pré-candidata ao senado, a vereadora Nely Almeida.

O líder do prefeito na Câmara de Curitiba, Mário Celso Cunha, admite que a onda de filiações na capital criou um clima para os tucanos disputarem o governo do estado. "O PSDB está mostrando sua força e reforçando a base política, o que torna possível o partido ter um candidato próprio ao governo do estado", explica.

Já o vereador Luís Ernesto, o primeiro a abraçar a tese da candidatura própria, afirma que o ninho tucano tem lideranças para disputar a próxima eleição com paridade de forças com o atual governador Roberto Requião. "No PSDB temos o atual prefeito de Curitiba, Beto Richa, que em apenas oito meses de mandato vem mostrando capacidade de liderança e potencialidade para ser governador, o atual senador Alvaro Dias, o deputado federal Gustavo Fruet, o ex-ministro e pai do vale-transporte, Affonso Camargo, e o deputado estadual Hermas Brandão, presidente da Assembléia.

Com esse quadro favorável os tucanos estão tranqüilos para disputar o governo do Paraná", declara o líder dos tucanos na Câmara Municipal.

Celso Torquato defende que todo partido precisa de candidato no primeiro turno das eleições majoritárias. "A reforma política necessariamente precisa incluir a obrigatoriedade de se disputar eleições para todos os cargos no primeiro turno. As alianças devem ser construídas apenas no segundo turno". Torquato lembra que o PMDB curitibano enfrenta dificuldades de se erguer após o malogrado apoio ao PT nas eleições municipais do ano passado.

Defendendo a candidatura de todos os vereadores de Curitiba na eleição do próximo ano, o vereador Paulo Frote aposta que o crescimento do partido depende também de um candidato tucano ao governo estadual. "O PSDB é um partido de oposição ao governo estadual e federal e isso facilita o posicionamento de todos os candidatos."

Feliz por ter o nome incluído como um possível candidato tucano ao governo do estado, o deputado Gustavo Fruet afirma que o PSDB passa por um momento que favorece adefesa da candidatura própria. "Há fatores que podem levar a isso. O principal deles é no caso do PSDB tiver candidato à presidência e precisar de palanque no estado", comenta o subrelator da CPI dos Correios.

O presidente do diretório estadual tucano, deputado Valdir Rossoni, é o principal defensor de uma aliança estadual para disputar o governo e fala do crescimento da legenda em disputas futuras. "Alguém duvida que um dia o prefeito Beto Richa se torne governador do Paraná?"

Já o prefeito Beto Richa procura fugir da conversa com o argumento que tem compromisso com a população de Curitiba até o final do seu mandato, em 2008. "No momento só penso em administrar Curitiba", se defende.