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Às vésperas da oficialização da pré-candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República, os tucanos ainda travam uma briga nos bastidores para definir o nome de quem vai concorrer ao Senado pela legenda nessas eleições em São Paulo. Apesar de a coligação dispor de duas vagas na disputa, uma delas já está assegurada ao peemedebista Orestes Quércia num acordo fechado na reeleição do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). A outra conta com três tucanos no páreo: o deputado José Aníbal, o ex-secretário da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira e o presidente estadual do PSDB, Antonio Carlos Mendes Thame.

Na briga que vem sendo travada no ninho tucano, o ex-chefe da Casa Civil tem a seu favor o argumento de que é um dos principais colaboradores de Serra. Além disso, a vaga seria uma compensação pelo fato dele ter aberto mão da disputa ao Palácio dos Bandeirantes em prol de Geraldo Alckmin, mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto.

Já com relação a Aníbal, o argumento é de que dentre os três concorrentes ele é o que tem cacife eleitoral para concorrer de forma mais competitiva. Já Mendes Thame, na posição de presidente da legenda em São Paulo, tem adotado uma postura mais neutra, até mesmo porque como dirigente do partido poderá ter que arbitrar essa questão.

O analista de pesquisa eleitoral Sidney Kuntz concorda com a opinião da ala do partido que aposta no nome de José Aníbal. "Dados das últimas eleições mostram que José Aníbal tem mais força nas urnas, é combativo e sabe marcar presença nos debates. Numa disputa presidencial polarizada como a deste ano (entre José Serra e a petista Dilma Rousseff), essas características são fundamentais e farão a diferença nas urnas", diz.

Democracia

Para quem aposta num consenso em torno do nome de Aloysio Ferreira, como vem pregando também alguns representantes do PMDB aliado dos tucanos em São Paulo, Aníbal afirma que não pretende abrir mão de disputar a vaga. "Eu quero que a escolha seja democrática e que o partido consulte as bases", afirma. Ele acredita que deverá haver um entendimento neste sentido. "Não tem porque ter stress. Vivemos um momento democrático, não há ainda uma chapa fechada e o partido deve encontrar o melhor procedimento para essa escolha."

Caso não haja um acordo na definição do nome tucano que vai disputar uma das vagas ao Senado, Aníbal acredita que a realização de prévias não está descartada. Em 2002, o PSDB já utilizou o mesmo expediente para a escolha do candidato ao Senado. Na ocasião, o próprio Aníbal disputou a posição com a então deputada tucana Zulaiê Cobra Ribeiro (hoje sem partido). Aníbal venceu as prévias, mas não se elegeu. Naquele ano, os eleitores paulistas escolheram Aloizio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (que na ocasião era do antigo PFL, mas trocou a legenda pelo PTB).

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