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Finanças municipais

Um ano depois, prefeitos ainda tentam colocar contas em dia

Prefeita de Nova Tebas, Heloísa Jensem: cidade ainda enfrenta problemas | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Prefeita de Nova Tebas, Heloísa Jensem: cidade ainda enfrenta problemas (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Ponta Grossa - Prefeitos de municípios do interior do estado que assumiram o cargo em 2009 e encontraram uma situação de caos ainda tentam recuperar as prefeituras. Há cerca de 14 meses, esses prefeitos encontraram um cenário caótico em seus municípios, com parques de máquinas imprestáveis e caixa zerado, como mostrou a Gazeta do Povo em janeiro do ano passado. Durante o ano, a situação ficou ainda mais complicada, com a queda na arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – resultado da isenção fiscal para impulsionar a indústria e combater a crise financeira mundial.

Cidades como Nova Tebas, Ribeirão do Pinhal, Araruna e Fênix passaram o ano tentando se equilibrar na corda bamba. O maior problema de Ribeirão do Pinhal, depois do rombo de R$ 2 milhões nas finanças deixado pelo antigo prefeito e o decreto de moratória pela nova administração, estava no pátio de máquinas sucateado e nas estradas em estado precário.

Um ano depois, a prefeitura conseguiu recuperar algumas máquinas pesadas e adquirir veículos novos. Mas ainda não conseguiu fazer a readequação das estradas que cortam o município, o que atinge os pequenos produtores rurais da região.

O motorista Antônio Picolli diz que tem encontrado dificuldades para escoar o leite de mais de 20 propriedades rurais de Ribeirão do Pinhal. "São estradas castigadas pela chuva e pela falta de manutenção. Algumas estão há mais de três anos sem recuperação. Muitas vezes, a gente deixa de recolher o leite do produtor porque não dá pra chegar até as porteiras dos sí­­tios", lamenta.

Para Heloísa Jensen, prefeita de Nova Tebas, e Altair Molina, de Fênix, a herança deixada pelos antecessores foi uma prefeitura caótica. No início do ano passado, apenas dois veículos da frota de 15 ônibus da prefeitura de Nova Tebas estavam funcionando, o que atrasou em quase um mês a volta às aulas dos alunos. Os salários dos servidores estavam atrasados e as estradas rurais intransitáveis. "Havia um trator de esteira (do município) que estava havia mais de seis anos abandonado em uma propriedade", diz a prefeita. Para piorar, a administração anterior não havia apresentado a prestação de contas ao Tribunal de Contas do Estado, e por isso a nova prefeita não conseguiu realizar convênios.

Já Fênix pagou R$ 300 mil em dívidas herdadas da gestão anterior e consertou veículos e máquinas em situação imprestável. "As dívidas foram pagas até a metade do ano. Mesmo assim ainda conseguimos investir R$ 500 mil em obras de infraestrutura", comemora o prefeito do município.

A situação econômica do muni­­­cípio de Araruna, no Centro-Oeste do estado, também "não está às mil maravilhas", admite o prefeito Carlos Carmindo Bonato. Sem economizar, ele não conseguiria ter quitado os R$ 631 mil da dívida herdada, que totaliza R$ 945 mil. O resultado foi um ano sem obras em 2009. O restante do valor devido, R$ 314,2 mil, não tem previsão de pagamento.

Colaboraram: Carlos Eduardo Kadu, correspondente em Campo Mourão, Marco Martins, correspondente em Santo Antônio da Platina e Hélio Strassacapa, do Jornal de Maringá Online.

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