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Eleito ontem presidente do diretório estadual do PMDB, o ex-secretário Renato Adur começa a trabalhar com duas missões bem definidas – ambas difíceis: recuperar o prestígio da legenda nos grandes municípios do estado e criar condições para o lançamento do governador Roberto Requião à Presidência em 2010.

A fragilidade do PMDB nos maiores colégios evidenciou-se no último pleito para o governo estadual. Perdeu em todos e por larga margem. Com exceção de Curitiba, onde Requião perdeu para Osmar Dias por uma diferença de apenas 0,6 ponto porcentual no segundo turno, em todos os demais a diferença pró-oposição foi, em média, de 30 pontos. O caso mais emblemático foi o de Londrina – tradicional reduto do PMDB, que no passado elegeu dois governadores da terra, Richa e Alvaro Dias. Desta vez, 71% dos londrinenses rejeitaram o candidato da legenda.

No cômputo final, a magérrima vitória de Requião, por apenas 10 mil votos (0,2% do eleitorado) se deveu aos grotões. Quanto menores os municípios, mais votos despejaram nele.

Reorganizar o PMDB nas grandes cidades é, pois, prioridade absoluta. Adur sabe que, se não conseguir cumprir a contento essa tarefa, não será possível viabilizar o segundo – e muito mais difícil – objetivo, isto é, tornar Requião um presidenciável.

Não há tempo a perder: dentro de apenas um ano e meio, será preciso criar estrutura e formar um quadro de candidatos capaz de conquistar as maiores cidades. Se conseguir sucesso nessa primeira empreitada, a outra só poderá se completar com um bom polimento da imagem de Requião. O que compete muito mais ao próprio do que ao PMDB. Renato Adur terá pouca influência nessa missão.

Olho vivo

Campo livre 1 – Já não há empecilhos para que o deputado Nelson Justus, do PFL, seja eleito presidente da Assembléia Legislativa. Seu adversário, Nereu Moura, o última remanescente da chusma de peedebistas que no início pretendiam chegar ao cargo, retirou oficialmente sua candidatura da última sexta-feira. Foi vencido pela desunião de sua própria bancada e, sobretudo, pela falta de apoio do Palácio Iguaçu – devidamente embalada sob a capa da isenção.

Campo livre 2 – Com isso, vai se dar o que parecia impensável: o PFL, partido que elegeu apenas seis dos 54 deputados estaduais, assumirá o cargo máximo da Assembléia. As aparências, no entanto, enganam: Justus, embora pefelista, é o melhor "peemedebista" que Requião poderia querer no cargo. Algo demonstrado já na campanha para governador, quando, apesar de o PFL oficialmente apoiar Rubens Bueno no primeiro turno e Osmar Dias no segundo, Nelson Justus declarou voto e trabalhou por Requião.

Toga 1 – No Tribunal de Justiça, com a eleição do desembargador José Vidal Coelho para a presidência, ganhou o grupo ao qual pertence o ex-presidente Oto Sponholz. Se o vitorioso fosse o desembargador Celso Rótoli de Macedo, poderiam correr mais rapidamente as investigações internas sobre suposto superfaturamento nas obras de construção do edifício-anexo do TJ.

Toga 2 – Rótoli foi quem presidiu a sindicância que levantou a suspeita de que, em vez de ter custado R$ 48 milhões, a obra poderia ter sido feita por R$ 28 milhões. O edifício foi integralmente construído durante a gestão de Sponholz como presidente do Tribunal.

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"NÃO PERMITIREI O FISIOLOGISMO E O OPORTUNISMO DENTRO DO PMDB DO PARANÁ."

De João Arruda, sobrinho do governador e auto denominado "guardião ideológico do PMDB", eleito ontem secretário-geral do partido no Paraná.

celso@gazetadopovo.com.br

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