Na posse como presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), o desembargador Paulo Roberto Vasconcelos afirmou que usará sua gestão para buscar a "modernização da estrutura" do Judiciário e trabalhar para acelerar o trâmite de processos. Ele assume o posto deixado pelo desembargador Guilherme Luiz Gomes.
Vasconcelos destacou como prioridade a reforma do Palácio da Justiça, sede do TJ, no Centro Cívico, em Curitiba. Após suspeitas de irregularidades, a licitação chegou a ser revogada pelo próprio desembargador em 2013, enquanto exercia a presidência interinamente no lugar do desembargador afastado Clayton Camargo.
O processo licitatório foi retomado em 2014 depois de passar por uma reformulação, que diminuiu o valor inicial da obra de R$ 79,6 milhões para R$ 53,8 milhões.
A reforma está sendo realizada pela Sial Engenharia, a única que participou da licitação. E resultará em uma área construída de cerca de 20,5 mil m², incluindo ampliação da área do edifício e das passarelas de ligação. Para destacar a importância do projeto, Vasconcelos disse que irá se esforçar para inaugurar a obra antes do prazo previsto, que deveria ser na metade de 2016.
No ano passado, a Sial envolveu-se na polêmica licitação de R$ 36,4 milhões para construir um prédio anexo ao Tribunal de Contas (TC). A obra foi suspensa depois que uma operação do Gaeco, braço do Ministério Público, apontou suposto direcionamento do processo licitatório. Um ex-diretor do TC chegou a ser preso com uma mala de dinheiro. A investigação no Paraná acabou sendo engavetada depois que o TJ decidiu invalidar as escutas telefônicas que levaram à operação.
Democracia
Durante a cerimônia de ontem, Vasconcelos afirmou que terá como metas uma gestão "participativa e democrática" e garantir a "plena integração dos poderes".
Além dele, também tomaram posse os desembargadores Renato Braga Bettega como 1º vice-presidente e Fernando Wolff Bodziak como 2º vice.
Imprensa
Apesar de dizer, quando eleito, que seria mais aberto à imprensa, o novo presidente do TJ não quis dar entrevistas. Depois do evento ele deixou o local pelos fundos.
"Os jornalistas exigem, e não se pode exigir, tem que pedir", disse Vasconcelos no início do evento. O porta-voz do TJ na cerimônia, desembargador Gameliel Skaff, também criticou a imprensa em seu discurso. Disse que a mídia "usa a verdade para distorcê-la".
O governador Beto Richa (PSDB) compareceu à cerimônia, mas tampouco falou com a imprensa.
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